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Correios acumulam prejuízo histórico e apostam em reestruturação para evitar colapso
Estatal enfrenta queda de receitas, aumento de despesas e pressão competitiva; plano prevê PDV, fechamento de agências e busca por crédito
Os Correios entraram em 2025 mergulhados em uma crise financeira sem precedentes. A estatal registrou prejuízo de R$ 6 bilhões apenas nos nove primeiros meses do ano, acumulando 13 trimestres consecutivos de resultado negativo. A deterioração começou após o fim do ciclo de lucros impulsionado pelo boom do e-commerce na pandemia e hoje reflete queda de receitas, crescimento de despesas e perda de participação no mercado internacional.
Entre os fatores que aceleraram a crise estão a taxação de compras de até US$ 50, a chamada “taxa das blusinhas”,e a abertura do frete internacional para empresas privadas, que reduziram drasticamente o volume de encomendas processadas pela estatal. Internamente, o pagamento crescente de acordos judiciais, novos empréstimos e a necessidade de cobrir o déficit do fundo de previdência dos funcionários ampliaram a pressão sobre o caixa. Para especialistas, a combinação de competição agressiva, estrutura pesada e decisões estratégicas insuficientes agravou o cenário.
Diante do quadro, a nova gestão comandada pelo economista Emmanoel Rondon aposta em um amplo plano de reestruturação. A proposta inclui um Programa de Demissão Voluntária com expectativa de adesão de 10 mil funcionários, venda de ativos, redução de unidades e possível fechamento de até mil agências deficitárias. A direção também prevê expansão no e-commerce, parcerias estratégicas e revisões no modelo de negócios. A intenção era reforçar o caixa com um empréstimo de R$ 20 bilhões, mas a operação foi barrada pelo Tesouro Nacional por conta dos juros considerados excessivos.
As medidas, contudo, dividem opiniões. Enquanto entidades sindicais apontam falta de investimentos e condições de trabalho precárias, especialistas avaliam que os cortes podem dar fôlego temporário, mas não resolvem a necessidade de uma estratégia mais robusta para enfrentar players globais como Amazon e Mercado Livre. Mesmo com a pressão por alternativas, o governo Lula descarta a privatização da estatal e afirma que os serviços postais seguem essenciais à universalização do atendimento no país.
A piora nas contas dos Correios já pressiona o orçamento federal e impacta o esforço para cumprir a meta fiscal de 2025. No Congresso, senadores investigam possíveis irregularidades na gestão recente da empresa. Enquanto isso, a diretoria busca alternativas para reforçar a liquidez e tenta manter o cronograma de medidas capaz de reequilibrar a estatal até 2027, ano projetado como início de um eventual retorno ao azul.
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