Uma queda. Essa foi a justificativa usada pelo pai e pela madrasta da menina A.S.H.S, que morreu na ontem (19), após ser internada na UTI do HGE com várias lesões no corpo que indicavam espancamento. A mesma desculpa foi utilizada pelo vereador Dr. Jarinho e a mãe do garoto Henry Borel, 4 anos, Monique Borel, no caso de grande repercussão e que resultou na morte do menino. Ele teria “caído da cama” enquanto os responsáveis dormiam. Mas, segundo médicos que o atenderam, ele apresentava sinais claros de violência ao chegar ao hospital.

Em Tempo Notícias conversou, hoje, com o delegado responsável pelo caso, João Marcelo de Almeida. O caso é o primeiro do tipo em São Miguel dos Campos, onde a menina morava com o pai e a madrasta.

“Pela quantidade de ferimentos e maneira com a menina foi agredida nem que ela tivesse caído dez vezes, seria possível falarmos em queda para, agora, a causa da morte. Mas essa foi a justificativa dada pelo pai e a madrasta em depoimento à polícia. Esse é o primeiro caso aqui em São Miguel dos Campos que acompanho, mas guarda semelhanças como o do menino Henri Borel, no Rio de Janeiro”, declarou o delegado.

Mãe da menina mora no Rio de Janeiro

Ainda conforme João Marcelo de Almeida, a menor morava com os pais há alguns anos. Quando sua mãe se separou do servente de pedreiro, se mudou para o Rio de Janeiro, onde fez outra família. Em São Miguel, a avó paterna ajudava a criar a menina.

Há dois anos, o pai, que até então não possuía passagem pela polícia, casou novamente, teve uma filha com nova esposa, que tem outro filho, de sete anos, de um relacionamento anterior.