Alagoas
Mãe que vendeu homenagem a filho morto tem julgamento marcado
Ana Patrícia levantou suspeita de participação no assassinato depois de vender a bola da final do Campeonato Alagoano
A Justiça marcou para o dia 16 de novembro deste ano o júri popular de Ana Patrícia da Silva Laurentino. Ela é acusada de homicídio qualificado, estupro de vulnerável e ocultação de cadáver contra o próprio filho, o menino Rhaniel Pedro Laurentino da Silva, de apenas 10 anos. O crime aconteceu em maio do ano passado, no bairro Clima Bom, em Maceió.
Também responderão pelos mesmos crimes Vítor de Oliveira Serafim, padrasto do menino; e Wagner de Oliveira Serafim, irmão de Vitor. Desde que foram indiciados pela Polícia Civil de Alagoas, nenhum dos três confessou o crime.
Quando foram pronunciado a júri popular, o juiz disse que ficou evidenciado que os réus teriam, supostamente, agido em comunhão de desígnios, tanto no cometimento do delito quanto para obstaculizar as investigações. O trio teria feito uma articulação prévia e em comunhão de desígnios para combinar versões e mudar o foco da investigação policial, no ímpeto único de não atrair a atenção para os delitos por eles desenvolvidos
O menino Rhaniel Pedro Laurentino da Silva foi encontrado morto com sinais de violência e abuso sexual no dia 13 de maio de 2021, em uma calçada na região próxima da casa onde morava, no bairro Clima Bom, parte alta de Maceió. Na ocasião, a própria mãe de Rhaniel deu entrevistas falando que a criança sumiu após sair de casa para uma aula de reforço escolar. O caso teve forte impacto na sociedade alagoana e ela chegou a receber homenagem do CSA na final do Campeonato Alagoano daquela temporada. Os jogadores entregaram a faixa com a frase "Eternamente em nossos corações - Rhaniel Pedro" aos familiares da criança e deram um abraço simbólico em Ana Patrícia.
Mais de seis meses depois, a investigação do assassinato do pequeno Rhaniel chegou ao fim com as prisões da mãe da criança e do irmão do padrasto dela. A mulher, segundo os delegados, pesquisou sobre homicídio, pornografia, violência sexual contra crianças e formas de desovar o corpo antes do dia 12 de maio, quando o menino foi morto.
Ana Patrícia levantou suspeita de participação no assassinato depois de ter vendido a bola que recebeu de presente durante a homenagem para o menino na final do Campeonato Alagoano deste ano. Segundo a polícia, ela cobrou R$ 1,5 mil para comercializar o item simbólico, o que fez as autoridades perceberem que a mãe não tinha muito apego pelo garoto.
A qualificadoras do crime de homicídio que os réus responderão são: motivo torpe, crueldade, impossibilidade de defesa da vítima e emprego de meio para assegurar a ocultação do crime de estupro de vulnerável.
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