Alagoas
Três médicos são indiciados por amputar perna de idosa no HGE
Enfermeira e técnica de enfermagem também são acusados pelo erro
O inquérito da Polícia Civil de Alagoas concluiu que cinco profissionais do Hospital Geral do Estado (HGE) cometeram o erro médico que causou a amputação da perna de uma paciente de 73 anos, durante uma cirurgia realizada em abril deste ano. O delegado Robervaldo Davino, que está à frente das investigações, confirmou o indiciamento de três médicos, uma enfermeira, e uma técnica de enfermagem.
De acordo com o delegado, quatro dos cinco profissionais indiciados são da mesma equipe médica. "Foram indiciados uma enfermeira, uma técnica de enfermagem, duas médicas e um médico. Quatro profissionais foram indiciados pelo erro que eles cometeram e uma outra pessoa, o médico, foi indiciado por supressão de documentos. Nesses documentos, faltavam algumas páginas do prontuário apresentado para a psicóloga da unidade hospitalar. Existem depoimentos contundentes no inquérito que reforçam essa tese", concluiu Davino.
Ainda, segundo o delegado, os profissionais teriam admitido que o protocolo de cirurgia segura, previsto pelo Ministério da Saúde, não foi seguido.
"Durante depoimento, esses profissionais confirmaram que não fizeram o que está previsto no protocolo do Ministério da Saúde sobre orientações de cirurgias seguras. Inclusive, uma profissional diz que não fez e nem seguiu o que era o correto a ser feito. Um médico também disse, durante depoimento, que ninguém segue esse protocolo do Ministério da Saúde, porém essa amputação da perna da idosa aconteceu justamente porque eles não seguiram o protocolo", completou Davino.
Como não houve flagrante, os indiciados devem aguardar o final do processo em liberdade.
CASO - A paciente Maria José teve o pé imprensado por um carro quando ia a uma padaria, perto de casa. Socorrida, foi levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Tabuleiro, onde um raio-x apontou fratura no tornozelo. A idosa foi orientada a procurar o HGE para uma cirurgia de pequeno porte.
Segundo apontam as investigações, houve uma troca de prontuários. A indicação de amputação era para outra paciente que tem o mesmo nome e a vítima teve uma das pernas amputada até a altura da coxa.
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