Alagoas

MONONUCLEOSE

Objetos pessoais também podem transmitir a doença do beijo, alerta infectologista

09/06/2023 15h03
Objetos pessoais também podem transmitir a doença do beijo, alerta infectologista

A mononucleose infecciosa, mais conhecida como doença do beijo, é uma infecção causada pelo vírus Epstein-Barr, transmitida principalmente pela saliva. Mas, como ela é contraída, como é possível evitá-la e como se dá o tratamento? A infectologista da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau), Sarah Dominique Dellabianca, esclarece todas estas dúvidas.

Infectologista diz que os principais sintomas da mononucleose são febre, aumento dos gânglios, fadiga e faringite

De acordo com a infectologista, a mononucleose é muito comum em todo o mundo, devido à sua transmissão na comunidade ser facilitada pelo convívio social. No entanto, ela não é transmitida somente no ato de beijar. O compartilhamento de objetos pessoais como escova de dente, copos e talheres também estão entre as formas de transmissão, que ainda pode ocorrer através da via sexual.

O Ministério da Saúde (MS) afirma que a mononucleose afeta, principalmente, jovens e adultos com idade média entre 15 a 25 anos e que estudos demonstram que até 90% da população já foi infectada pelo vírus Epstein-Barr em alguma fase da vida. Os sintomas da doença do beijo duram cerca de 30 a 45 dias e podem causar dor de garganta, fadiga, mal-estar, febre e inchaço dos gânglios.

Em casos mais graves, a pessoa infectada pode desenvolver dor nas articulações e na barriga, além de manchas pelo corpo. “Os principais sintomas são febre – que pode ser prolongada por semana e até meses – aumento dos gânglios, fadiga, faringite com amigdalite, aumento do baço, hepatite e, em alguns eventos mais raros, pode ocorrer anemia autoimune, infecciosa e bacteriana associada, além de sangramentos e até linfomas, muitos anos após a infecção inicial”, explica Sarah Dominique Dellabianca.

A doença do beijo também pode se apresentar na fase crônica, que é mais rara. Nela, as manifestações são hepatoesplenomegalia - aumento do fígado -, e petéquias no palato - leves hemorragias internas em vasos sanguíneos, que formam manchas vermelhas na pele ou na mucosa.

Tratamento


De acordo com o Ministério da Saúde, não existe tratamento específico para mononucleose, e o maior problema é que, mesmo sem sintomas, uma pessoa infectada pode transmitir a doença até um ano após a infecção. No entanto, analgésicos e antitérmicos podem ser utilizados para amenizar os sintomas em alguns casos. “O tratamento ocorre com sintomáticos, por meio de analgésicos e antitérmicos. É contra indicado o uso de anti-inflamatórios, e existe medicamento antiviral como o aciclovir destinado a mononucleose, mas, é importante ressaltar, que ele fica reservado para casos de pessoas imunossuprimidas. Mesmo quando há amigdalite, não tem indicação de realizar o tratamento desta forma, nem mesmo com antibióticos. Em casos de obstrução da via aérea pela amigdalite, pode usar um corticoide”, salienta Sarah.

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