Alagoas
Barulho de fogos de artifícios e bombas podem causar sequelas neurológicas nos animais
Perigo aumenta no período de festas juninas, onde é tradição “acordar” São João
As festas juninas são cheias de tradições. Uma delas são os fogos e bombas, que, segundo contam, servem para “acordar” São João. Porém, a brincadeira passada de geração em geração, pode causar problemas neurológicos, traumas e colocar a vida dos animais de estimação em risco nos picos de ansiedade.
Segundo a veterinária, Hingrid Mendonça, o barulho excessivo pode levar os animais a ficarem ansiosos, podendo causar ações perigosas como se esconder ou fugir.
“Infelizmente pode acontecer algum acidente mais grave como fugas, quedas, pancadas, atropelamento... Além disso, o animal pode ter sequelas neurológicas devido ao impacto ou desenvolver lesões de pele pelo excesso de lambedura. Alguns, às vezes, chegam até a se mutilar”, explicou a médica.
Hingrid Mendonça, veterinária
Hingrid pede uma cautela especial para os casos de animais que já possuem sinais de doenças neurológicas. “Eles podem ter convulsões devido ao medo de barulho; e, até os que não possuem doença já conhecida, podem sofrer uma convulsão por conta dos fogos. Em casos de acidentes mais graves, pode ocorrer do animal morrer por conta dos fogos”, alertou.
No ano passado em 2022, um cachorro, cujo nome é Bethovem, precisou passar por cirurgia para amputar a pata após quebrar um dos dedos ao se machucar após se assustar com o barulho dos fogos de artifício durante jogo da Copa do Mundo, em Bauru (SP).
Outro caso é o da cadela Mila que por causa do barulho dos fogos do réveillon no Engenho Novo em 2019, na Zona Norte do Rio, a cadela Mila não aguentou e morreu. Segundo a dona, Christiane Neri, o animal ficou mais agitado que o normal com a queima de fogos. A história comoveu internautas nas redes sociais.
A veterinária indica alternativas para passar por esse período da melhor maneira possível, como oferecer a comida preferida e colocar música ambiente. “Deixe seu pet no ambiente que ele mais se sente confortável, mas livre de fugas e acidentes. Outra alternativa é o uso de medicações homeopáticas que podem ser utilizadas para reduzir o estresse e acalmar, ou mesmo de florais. O ideal é consultar o veterinário para que ele indique qual a melhor opção para seu pet”, concluiu.
Aline Ribeiro, com Xarope um cachorro caramelo de 3 anos de idade
Para Aline Ribeiro, dona do Xarope de 3 anos, um cachorro caramelo que chegou em sua casa com apenas um mês de nascido, a medicação foi a solução encontrada. Além disso, carinho e um lugar seguro ajudam a acalmá-lo, mas em momentos que a frequência do barulho cresce, nada acalma o Xarope.
“A gente já tentou de tudo, como o calmante passado pelo veterinário e que melhorou em 50% a situação. Mas, chegamos à conclusão que o que poderia ajudar a concluir os outros 50% era distraindo-o, brincando e dando toda atenção. E foi o combo perfeito. Mas no período junino a quantidade de bombas e fogos aumenta muito, então tem horas que isso não dá certo”, explicou.
Xarope precisa de mais atenção no período junino
Aline informou que o Xarope sempre fica com traumas após período de muito estresse passado nesta época do ano. “Ele tem uma reação muito negativa, fica com medo de sair de casa ou de passar pelo mesmo percurso de sempre durante a caminhada diária. Para ele se recuperar do trauma leva tempo”, desabafou.
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