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Parlamento debate prevenção a enchentes em Alagoas

Por Redação com assessoria 18/09/2023 18h06 - Atualizado em 18/09/2023 18h06
Parlamento debate prevenção a enchentes em Alagoas

A Assembleia Legislativa de Alagoas, por meio da Comissão de Saúde e Seguridade Social, realizou nesta segunda-feira, 18, uma audiência pública para debater ações de prevenção a enchentes. A reunião também discutiu a questão da seca que atinge o Estado. 

A deputada Rose Davino (PP) explicou que a audiência pode ser um divisor de águas no Estado e disse que apresentou uma indicação na Assembleia Legislativa pedindo ao Governo o Plano Estadual de Prevenção Contra Inundações e Desabamentos de Encostas. Já o deputado Doutor Wanderley (MDB) ressaltou que esse problema atinge praticamente todo o Estado de Alagoas e que a Assembleia Legislativa tem o papel de fazer exatamente o que propõe a audiência: analisar os problemas, elaborar soluções e enviar ao Poder Executivo as melhores propostas.

A audiência contou com as palestras do professor Alex Gama, que falou sobre a infraestrutura hídrica para preservação de água; do professor da Ufal Fernando Pinto, que discorreu sobre o plano de contenção de água pluvial para eventos críticos de precipitação; da gestora ambiental da empresa Synergia Socioambiental, Gabriela Goulart, que falou sobre os riscos de desastres naturais sob a visão de vulnerabilidade alimentar, hídrica, energética e socioecológica; do representante da Consultoria Estudos e Projetos (Cohidro), Jerônimo Lima, que palestrou sobre a mitigação dos efeitos causados pelas cheias nas bacias dos rios Paraíba e Mundaú; do professor da Ufal Vladimir Caramoni, que explanou acerca dos eventos extremos de secas e de cheias; e, por fim, do representante da Embrapa, Antônio Santiago, que discorreu sobre agricultura, produtividade e uso da água.

O professor Vladimir Caramoni explicou as melhores formas de minimizar o problema. “Tanto as cheias como as secas são eventos climáticos naturais e o que nós temos que fazer é aprender a trabalhar com os extremos. A seca, por exemplo, de 2012 a 2017, foi muito severa no Nordeste e isso trouxe uma insegurança hídrica muito preocupante. Neste sentido, propomos trabalhar a situação em forma de adaptação, na melhoria das infraestruturas do processo de gestão. Temos recursos escassos, mas eles existem. Já os eventos de cheia são eventos climáticos severos que arrastam as casas e inundam as cidades. São chuvas fortes em períodos curtos, e a forma de trabalhar isso é com a melhoria de modelos hidrológicos, modelos climáticos que ajudam a gente a prevenir e fazer a comunicação antecipada aos moradores da região, além de infraestrutura hídricas para minimizar os impactos desses eventos”, afirmou.

O representante da Embrapa, Antônio Santiago, destacou como aproveitar melhor a água e minimizar os efeitos da seca. “Precisamos ter reservatórios de água, que é uma questão de infraestrutura fundamental nesta questão. Essa água precisa ser aproveitada, principalmente para produção de alimentos, tanto para os seres humanos como também para os animais. Estes produtos consumidos nas feiras, por exemplo, mostram grande dependência do Estado nos produtos de outras regiões do Nordeste, tais como as hortaliças e frutas. Estamos propondo geração de emprego e renda em Alagoas e isso passa por projetos de irrigação. Sabemos que nem todo solo é propicio para irrigação, devido a salinidade. Já na questão animal, sabemos que grande parte do componente para sua alimentação, com exceção da palma, vem de outros Estados, como o milho e o farelo de soja. Neste sentido temos experiência desenvolvida aqui no Estado que mostra quais culturas se adaptam ao nosso sistema de irrigação, como coco verde e mandioca”, disse.

A gestora ambiental da empresa Synergia Socioambiental, Gabriela Goulart, falou sobre mitigação aos eventos extremos climáticos e como os gestores podem atuar para prevenir situações. “Existem várias formas para isso. Hoje temos a infraestrutura cinza, que são as barragens e outros projetos de engenharia que vão favorecer a prevenção, mas propomos soluções baseadas na natureza, ou seja, identificar os pontos críticos por meio de estudos e trabalhar na questão habitacional. O Estado de Alagoas precisa estabelecer políticas públicas, como programas e planos relacionados a adaptação climática na mitigação dos eventos extremos”, destacou.

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