Alagoas

Caso Braskem

Pesquisadores da Ufal revelam impactos na Laguna Mundaú após rompimento da Mina 18 da Braskem

Por Redação com Assessoria 18/12/2023 14h02
Pesquisadores da Ufal revelam impactos na Laguna Mundaú após rompimento da Mina 18 da Braskem

Na manhã desta segunda-feira (18), a Sala dos Conselhos da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) foi palco de uma coletiva de imprensa com dois objetivos claros: apresentar os dados das coletas na laguna Mundaú após o rompimento da mina 18 da Braskem, ocorrido em 10 de dezembro, e reafirmar a transparência e autonomia das pesquisas realizadas pelas equipes dos laboratórios do projeto Laguna Mundaú.


A pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação, Iraildes Pereira Assunção, destacou que, a partir do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), celebrado pelo Ministério Público Federal (MPF) com a Braskem em 2020, a empresa foi compelida a direcionar recursos para pesquisas que monitorassem os impactos socioambientais. Esses recursos são gerenciados pela Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes).

Iraildes Assunção ressaltou o compromisso de investigar a fundo os danos causados pela mineração e propor soluções de mitigação e reparo. Os pesquisadores do projeto Laguna Viva, envolvendo três laboratórios de pesquisa da Ufal, apresentaram os dados coletados antes e depois do rompimento da mina 18.

O professor Emerson Soares, do Laboratório de Aquicultura e Ecologia Aquática (Laqua), esclareceu que os parâmetros verificados nas coletas não apresentaram mudanças drásticas relacionadas ao colapso da mina. Ele destacou a necessidade contínua de monitoramento para avaliar a evolução dos parâmetros.

Os pesquisadores enfatizaram que a Laguna Mundaú já sofria degradação e contaminação graves ao longo de décadas. Produtos químicos, como o inseticida Dicloro-Difenil-Tricloroetano (DDT), e a presença de coliformes fecais são problemas recorrentes. Emerson alertou que a laguna precisa ser recuperada para evitar um grave problema de saúde pública.

Josué Carinhanha, do Laboratório de Instrumentação e Desenvolvimento em Química Analítica (Linqa), abordou a presença de uma espécie exótica de sururu prejudicando as catadoras do molusco. Ele relatou que essa espécie invasora, conhecida como sururu branco, não é adequada para consumo.

O professor João Soletti, do Laboratório de Sistema de Separação e Otimização de Processos (Lassop), ressaltou o compromisso dos pesquisadores com a sociedade. Ele destacou que o financiamento pela empresa permitiu um salto qualitativo nas pesquisas da Ufal, possibilitando a aquisição de equipamentos de ponta.

Soletti sublinhou que o propósito das pesquisas vai além da produção acadêmica, buscando fornecer informações fundamentais para políticas públicas de recuperação do ecossistema da laguna Mundaú.

Assista ao vídeo da coletiva.

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