Pescadores e marisqueiras dos bairros Vergel do Lago, Pontal da Barra, Trapiche e Bebedouro, em Maceió, participaram, nesta quarta-feira (31), de ações de saúde e orientações voltadas à prevenção de acidentes de trabalho.

A iniciativa ocorreu na sede da Federação dos Pescadores de Alagoas (Fepeal), às margens da Lagoa Mundaú, na capital alagoana, e foi promovida pelo por técnicos da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), através do Centro de Referência Estadual em Saúde do Trabalhador (Cerest) e da Coordenação de Ações Estratégicas.

Durante a ação, foram realizadas palestras educativas sobre as medidas para evitar acidentes de trabalho, a exemplo do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Paralelamente, os pescadores e marisqueiras também tiveram acesso a consultas com clínicos gerais e ginecologistas, além da realização de exames laboratoriais e testes rápidos para HIV, sífilis e hepatite tipo B e C.

Para a supervisora do Cerest, Elisabete Macedo, a inciativa marca um esforço da gestão estadual para atender a uma população que é, por vezes, esquecida.

“As nossas marisqueiras e pescadores representam uma força de trabalho e cultural importante em nosso Estado e, por isso, estamos promovendo ações que atendam às suas necessidades”, explicou a supervisora.

Elisabete Macedo destacou que as ações promovidas serão continuadas pela gestão estadual.

“Após o resultado dos exames laboratoriais coletados nesta quarta-feira, que deve acontecer em um prazo de 15 a 20 dias, iremos retornar para a comunidade. No retorno, iremos entregar os resultados individualmente, além da realização de orientações e encaminhamentos para especialistas, onde for necessário”, explicou.

A coordenadora de ações estratégicas da Sesau, Késsia Alcântara, afirmou que o momento foi de conscientização e avaliação da saúde dos pescadores e marisqueiras.

“Com essa primeira ação, vamos saber mais detalhes sobre a saúde destes trabalhadores, além de desenvolver mecanismos para prevenir acidentes de trabalho, por meio da promoção de ações de saúde”, reforçou.

RODA DE CONVERSA

Presente ao evento, o médico do trabalho do Cerest, Juraci Roberto de Lima, ressaltou que muitos pescadores e marisqueiras sofrem com diversos problemas e, devido à necessidade de trabalhar incansavelmente para sobreviver, não procuram assistência médica.

São problemas, segundo o especialista, como pressão alta, Lesão por Esforço Repetitivo (LER), Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort), além de altos índices de estresse e acidentes de trabalho.

“Realizamos uma roda de conversa para entender a situação dos trabalhadores, além de passar noções de prevenção e qualidade de vida. Entre estas medidas estão a adoção de uma dieta balanceada e atividades físicas, além da utilização de EPIs [Equipamentos de Proteção Individual], adequados para a atividade”, esclareceu o médico.

Os riscos inerentes à profissão e a necessidade do uso de EPIs foram temas da palestra proferida pelo médico do trabalho.

"Essa é uma categoria que, geralmente, tem menos acesso as informações e, muitas vezes, desconhece as doenças ocupacionais, a exemplo das provocadas pelo excesso do sol, que afeta a pele e a visão. Por isso, é essencial o uso de protetor solar, óculos escuro, camisa de manga longa e chapéu de abas grandes", recomendou.

A marisqueira Chrisleane Moraes foi uma das beneficiadas pela ação promovida pela Sesau e agradeceu pela oportunidade.

“Pude realizar consultas e exames sem ter que me deslocar para outros bairros, além de receber informações que irão melhorar meu dia a dia e de minhas colegas de profissão”, destacou.