Alagoas
Imóvel histórico da Santa Casa de Maceió é alvo de críticas por abandono e degradação
Moradores cobram ação das autoridades enquanto prédio neoclássico se torna foco de criminalidade e doenças
A Santa Casa de Misericórdia de Maceió, tradicional instituição filantrópica, está no centro de uma controvérsia envolvendo um imóvel histórico adquirido no bairro do Farol. A propriedade, um casarão neoclássico tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Cultural de Alagoas, foi comprada por R$ 1,67 milhão com a intenção inicial de abrigar um centro oncológico. No entanto, após tentativas frustradas de especulação imobiliária, o imóvel foi abandonado, causando indignação entre os moradores da área.
Localizado na Rua Comendador Palmeira, o casarão já foi sede de uma agência da extinta Viação Aérea Rio Grandense (Varig) e é hoje um símbolo do descaso. A Santa Casa tentou vender o imóvel por R$ 4 milhões, mas a manobra foi vista como especulação e criticada por potenciais compradores, incluindo o Conselho Regional de Medicina. O diretor de Infraestrutura e Negócio da Santa Casa, Carlos André de Mendonça Melo, que liderou a tentativa de venda, não comenta o futuro da propriedade, que continua deteriorando.
O estado de abandono do prédio tem causado sérios problemas para a comunidade local. O imóvel se tornou ponto de encontro para usuários de drogas e prostituição, além de focos de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como dengue, zika e chikungunya. Os moradores, preocupados com a segurança e a saúde pública, ameaçam acionar o Instituto Histórico, o Ministério Público e a Prefeitura de Maceió para que medidas sejam tomadas.
A situação do imóvel contrasta com os recentes investimentos na requalificação da área do bairro do Farol, promovidos pela gestão do prefeito JHC (PL). A propriedade fica próxima à histórica Igreja de São Gonçalo, um dos marcos turísticos de Maceió. As reclamações dos moradores já chegaram à prefeitura, que poderá convocar a Santa Casa para prestar esclarecimentos sobre o abandono do patrimônio.
Enquanto isso, a falta de preservação do imóvel histórico levanta temores de que ele possa seguir o destino do antigo Hotel Atlântico, que desabou na Praia da Avenida por falta de manutenção. A comunidade e autoridades locais aguardam por uma solução que restaure o valor cultural e histórico do casarão, preservando-o para as futuras gerações.
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