Alagoas

Práticas de violência

Polícia encontra “quarto da tortura” em clínica onde esteticista morreu com sinais de violência

Local foi interditado após operação policial; proprietários são acusados de tortura, estupro e maus-tratos contra pacientes

Por Redação 25/08/2025 13h01
Polícia encontra “quarto da tortura” em clínica onde esteticista morreu com sinais de violência

Uma operação da Polícia Civil de Alagoas revelou, nesta segunda-feira (25), que a clínica onde a esteticista Cláudia Pollyanne Faria de Santa’Anna, de 41 anos, morreu em circunstâncias suspeitas, mantinha um cômodo apelidado de “quarto da tortura” por internos. O local, localizado em Marechal Deodoro, foi interditado e, segundo as autoridades, apresentava indícios de práticas de violência física, psicológica e até crimes sexuais.

De acordo com a delegada Ana Luiza Nogueira, manchas semelhantes a sangue foram encontradas nas paredes do quarto, em condições consideradas insalubres e precárias. A denúncia veio à tona após o óbito da esteticista, ocorrido no dia 9 de agosto, e que motivou a família a registrar boletim de ocorrência devido aos hematomas visíveis no corpo da vítima, que teria morrido horas antes de dar entrada na UPA local.

“As pessoas que foram ouvidas no inquérito policial deixaram claro isso. A situação deixa muito evidente o cometimento de crime de tortura”, declarou a delegada.

Pacientes submetidos a maus-tratos


Durante a operação, as autoridades encontraram aproximadamente 20 pacientes internados em regime considerado desumano. Segundo relatos colhidos, os internos eram submetidos a banhos cronometrados de dois minutos, viviam em ambientes com mofo e sem manutenção, e conviviam com a presença de animais usados como intimidação, incluindo um cachorro da raça pitbull.

Uma das vítimas, resgatada ainda menor de idade, relatou ter sofrido abuso sexual cometido pelo dono da clínica, hoje preso. Sua esposa, também proprietária do local, havia sido detida dias antes. A adolescente foi localizada durante ação no dia 14 de agosto, e seu depoimento fortaleceu as investigações sobre os crimes praticados na falsa "comunidade terapêutica".

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