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* Este texto não reflete necessariamente a opinião do Em Tempo Notícias

Dia da Imunização: entenda a importância de se vacinar contra diversas doenças

Enfermeira do Centro Universitário Tiradentes esclarece algumas dúvidas sobre imunizantes

Por Redação com assessoria 09/06/2022 15h03 - Atualizado em 09/06/2022 15h03
Dia da Imunização: entenda a importância de se vacinar contra diversas doenças

Graças à vacinação, a varíola é considerada uma doença erradicada. Outras doenças, como sarampo e poliomielite, estão quase erradicadas. O Brasil conta com mais de 100 anos de realização de campanhas de vacinação, e, nesse período, foi capaz de controlar e eliminar algumas doenças. Apesar disso, a cobertura vacinal vem caindo nos últimos anos. No Dia da Imunização, Lígia Passos, enfermeira e preceptora do curso de Enfermagem do Centro Universitário Tiradentes (Unit/AL), relata como não cair em notícias falsas e a importância de manter a vacinação em dia.

Qual a importância da imunização?

É a melhor forma de prevenir diversas doenças. As vacinas estimulam o corpo a produzir defesas imunológicas, que nos protegem contra várias enfermidades. A imunização está entre os três eventos que contribuíram para o aumento da expectativa de vida da humanidade, juntamente com o saneamento básico e a descoberta do antibiótico.

Com a pandemia da Covid-19, outras vacinas importantes ficaram em ‘segundo plano’. O que fazer para que o calendário vacinal da população esteja em dia?

Para que isso ocorra, é necessário conscientizar os pais ou responsáveis sobre a importância de atualizar a caderneta de vacinação das crianças e dos adolescentes, garantindo assim a proteção e a prevenção contra diversas doenças, além de criar campanhas de multivacinação e atualização dos cartões vacinais.

Por que é importante estar sempre atento ao calendário vacinal e tomar os reforços quando necessário?

A principal importância é manter a sua proteção por um determinado período. Com o passar do tempo, a imunidade vai cair e, por isso, é preciso tomar as outras doses, para que o sistema de defesa imunológico volte a fabricar anticorpos contra o agente que a vacina se propõe a proteger.

Muita gente questionou sobre ser necessário tomar mais uma dose da vacina da Covid. Apesar de não ser uma novidade, já que tomamos alguns reforços de outras vacinas, por que isso [tomar doses de reforço] acontece?

Com um tempo depois da dose, a quantidade de anticorpos tende a diminuir. Quando eles ultrapassam um limite mínimo, a proteção que eles conferem pode ser prejudicada. A terceira dose ou dose de reforço vem para proporcionar o aumento da quantidade de anticorpos circulantes no organismo, no que chamamos de ‘booster vacinal’ – reforço. E, ao aumentar a quantidade de anticorpos circulantes, se reduz a chance de cada pessoa se infectar (ou reinfectar).

Outro questionamento sobre as vacinas da Covid é a 'rapidez' que elas foram criadas. Ao seu ver, quais avanços foram possíveis para que essa vacina saísse 'com rapidez'?

Essa questão da rapidez teve um pouco de ‘sorte’ no processo de produção da vacina. É importante ainda ressaltar o grande investimento governamental em vários países, que permitiu que as diferentes fases de desenvolvimento da vacina (fases 1, 2 e 3) ocorressem de forma simultânea e sem intervalos. Para iniciar, é necessário descobrir o genoma e é daí que ganhamos tempo. Com 30 dias do processo de infecção, descobrimos através de grandes cientistas que se tratava de um vírus e depois disso, como ele se caracterizava. Após, avançamos para as fases 1, 2, 3, onde todas elas trabalham as questões de segurança e resposta imunológica. A Coronavac, por exemplo, trabalha com vírus inativado, usado nas vacinas de hepatite e influenza. Foram utilizadas tecnologias que vêm sendo aperfeiçoadas desde os anos 50.

Nos últimos tempos, diversas notícias falsas sobre as vacinas vêm se espalhando. Como conscientizar a população para não cair nelas?

Em um cenário no qual a população não possui contato com a produção científica, é extremamente fácil espalhar essas notícias falsas. Enquanto a ciência permanecer inatingível e inalcançável pela população geral, o terreno será cada vez mais fértil para a disseminação de desinformação. Isso porque a maioria dessas notícias é facilmente desmentida. Mas, o distanciamento da população com a academia faz com que muitas vezes elas nem se interessem em procurar as informações verídicas. A educação em saúde e esse papel da IES junto à comunidade é importantíssimo nesse combate às fake news.