9 de dezembro de 1977 – Morre, no Rio de Janeiro, Clarice Lispector, um dia antes de completar 57 anos de idade. Um câncer decretou, prematuramente, o encerramento de uma das carreiras mais brilhantes na literatura latino-americana.

Apesar de certa inconsistência nos documentos, é considerado que Clarice nasceu em 10 de dezembro de 1920, de família judia asquenaze, e recebeu o nome de Chaya Pinkhasvna Lispector. Veio ao mundo na cidade de Cherchelnyk, Ucrânia, região onde a história de perseguição aos judeus tinha longa data e sua região estava vulnerável aos “russos brancos”, antissemitas, e que guerreavam contra os “russos vermelhos”, que haviam chegado ao poder em 1917.

Em 1922 a família Lispector consegue migrar para o Brasil, chegando em Maceió em fevereiro ou março daquele ano, onde são recebidos por parentes que haviam migrado para Alagoas muito antes: Zina e José Rabin. Ele era comerciante e havia investido numa fábrica de sabão na capital alagoana, que na época contava com uma colônia judaica pequena, mas atuante. A biógrafa Nádia Gotlib, em seu livro, faz um precioso apanhado desse período de escassa documentação.

No Brasil, os Lispector adotaram nomes “menos estranhos” para a nova vizinhança e Chaya virou Clarice. Depois de alguns anos em Alagoas, a família mudou-se para o Recife, onde a futura escritora passou o resto da infância e parte da juventude, até ir morar no Rio de Janeiro.

Sobre o papel de Clarice, diz o UOL: “é uma das principais representantes da literatura intimista brasileira, vertente literária que se preocupava em descrever o psicológico das personagens e retratar o dia a dia comum, analisando as realidades narradas sob uma ótica subjetiva, particular”.A obra publicada de Clarisse Lispector compreende 33 livros, sendo 9 romances, 9 de contos, 5 de literatura infantil, 2 de crônicas, 2 de correspondências, 1 de entrevistas, 3 de artigos em jornais e revistas. Seu último livro “A hora da estrela”, em 1985 virou um belo filme, dirigido por Suzana Amaral, e a atriz Marcélia Cartaxo como protagonista.

Recomenda-se a leitura:

Livro: “Clarice – uma vida que se conta” (biografia), de Nádia Batella Gotlib

Verbete digital: “Clarice Lispector”, na Wikipédia