A tolerância religiosa nos Emirados Árabes Unidos

Os Emirados Árabes Unidos, jovem país com 51 anos de criação, conhecido por sua paisagem deslumbrante e uma economia em constante crescimento, é também um exemplo notável de convivência religiosa harmoniosa em uma região muitas vezes marcada por conflitos e tensões sectárias. Neste artigo, entenderemos como este país do Golfo Pérsico se tornou uma referência de diversidade religiosa e respeito mútuo para países vizinhos.

A Constituição dos EAU, estabelece que todas as pessoas são iguais perante a lei, sem discriminação entre os cidadãos no que diz respeito a raça, nacionalidade, crença religiosa ou posição social (artigo 25), garantindo a liberdade de religião a todos os residentes. Para os muçulmanos, a Sharia é a principal fonte de legislação, no caso de não-muçulmanos e/ou não-cidadãos locais (Emiratis) aplicam-se as leis do seu país de origem.

Embora o Islã seja a religião predominante, o país abriga uma comunidade expatriada significativa composta por pessoas de várias origens religiosas: incluindo cristãos, protestantes, hindus, budistas, sikhs, judeus, dentre outros. Essa diversidade é bem refletida na paisagem cultural dos Emirados, com várias mesquitas, igrejas, templos e outros locais de culto espalhados por todo o país.

Em 2019 foi declarado o ano da Tolerância pelo governo Emirati, que começou com um evento global histórico – a primeira visita do Papa Francisco à região do Golfo. Em uma das celebrações, o documento da Fraternidade Humana foi assinado pelo Papa e pelo Imã, Dr. Ahmed Al Tayeb. Em um trecho quanto as suas impressões à visita aos EAU, o Papa revela:
"Para mim, o encontro com os estudiosos do Islã foi muito comovente, um encontro profundo, eles eram de lugares diferentes e de culturas diferentes. Isto também indica a abertura deste país a um certo diálogo regional, universal e religioso. Depois fiquei impressionado com a convenção inter-religiosa: foi um evento cultural forte”.
Um exemplo notável da tolerância religiosa do País é a criação da "Abrahamic Family House" em Abu Dhabi, um complexo que abriga uma mesquita, uma igreja e uma sinagoga, todas do mesmo tamanho e em um mesmo terreno. Traduzindo ao português: A Casa de família Abraâmica, leva este nome por Abraão ser uma figura comum nas três religiões que compartilham também a crença monoteísta (crença na existência de um só Deus). A instituição é um símbolo tangível da coexistência pacífica entre o islã, o cristianismo e o judaísmo. Um lugar destinado a aprendizado e diálogo.

A educação também desempenha um papel fundamental na promoção de consciência religiosa nos Emirados Árabes Unidos. As escolas do país ensinam a importância do respeito por todas as religiões e culturas, ajudando a criar uma geração que considera a diversidade como um valor, não como uma fonte de conflito.
A tolerância nos EAU não se limita apenas à retórica oficial; ela é vivenciada no dia a dia pela população. Os residentes de diferentes religiões frequentemente compartilham suas celebrações e festividades, promovendo um senso de comunidade e compreensão mútua em eventos que promovem o diálogo inter-religioso e cultural.

Em resumo, o compromisso dos EAU com a liberdade e diversidade religiosa, suas iniciativas de promoção da coexistência pacífica demonstram que é possível construir uma sociedade globalmente interconectada baseada na tolerância e no respeito mútuo. Como tal, os Emirados Árabes Unidos continuam a servir como um farol de esperança e inspiração para outros países.
*Nana Jucá Rodas
Turismóloga / Pós-graduada em Gestão empresarial
Guia de turismo licenciada em Dubai e Abu Dhabi – EAU
Instagram: nanarodas_guiadeturismo
últimas
-
Compartilhando experiências
Arapiraca é destaque no I Congresso Brasileiro de Prevenção ao Câncer
-
Mais de 400 aparelhos
SSP inicia devolução de celulares recuperados pelo programa Celular Seguro nesta segunda (14)
-
Economia
IR 2025: saiba como incluir dependentes e deduzir despesas
-
Tragédia no trânsito
Acidente na divisa entre AL e PE deixa um morto; motorista foge do local sem prestar socorro
-
Resposta às tarifas
Lula sanciona Lei da Reciprocidade Comercial e autoriza retaliação a países que impuserem barreiras ao Brasil