Com uma localização estratégica no globo, os Emirados Árabes Unidos (EAU) têm ascendido ao status de “hub” no panorama global do turismo, consolidando-se como a porta de entrada para o mundo. A partir dos EAU, as possibilidades de combinações de destinos se desdobram em vastas oportunidades, beneficiadas por uma ampla rede de voos de companhias aéreas de renome internacional e de companhias de baixo custo. Voos com duração de 3 a 7 horas se tornam convenientes para viagens de conexão para dois ou mais países.

Como profissional dedicada ao turismo e viajante do mundo, é com grande prazer que compartilho minhas experiências de viagem. Nesta semana, peguei um voo de 4h (Abu Dhabi - Almaty com a companhia aérea de baixo custo Wizz air) para conhecer a cidade de Almaty, no Cazaquistão, e trago informações sobre esse destino ainda pouco explorado (mas extraordinário) aos nossos leitores.

O Cazaquistão, nação da Ásia Central, faz fronteira com a Rússia, China, Quirguistão, Uzbequistão e o Turquemenistão. O maior país sem costa marítima do mundo, se tornou independente da União Soviética em 1991, e tem aproximadamente, 19 milhões de habitantes. Astana é a capital e as línguas oficiais são o cazaque e o russo.

Quando se trata de turismo, uma cidade se destaca no sul do Cazaquistão: Almaty, ponto importante na rota da seda que ligava a Ásia à Europa. Os brasileiros não precisam de visto para entrar no Cazaquistão. Moeda no Cazaquistão: Tenge (KZT) / 1 dólar americano (USD) = 479 KZT (cotação de outubro de 2023).

Rodeada pelas majestosas montanhas Tien Shan, Almaty (que significa a Cidade das Maçãs) é a maior cidade do Cazaquistão, foi a capital do País até 1997 e é considerada pelos cazaques a melhor cidade para se viver. O lugar impressiona desde o primeiro momento pela natureza deslumbrante: os picos nevados das montanhas são avistados de vários pontos da cidade, junto às mais lindas tonalidades de árvores, a limpeza das ruas é impecável.

No primeiro dia fiz um city tour, onde visitei o Museu da república do Cazaquistão, um tesouro de artefatos que contam a história do país. Fui até o Green Bazar, mercado tradicional da cidade com uma variedade incrível de frutas, além de verduras, chás, laticínios e roupas típicas.

Na sequência, o Parque 28 Panfilov, o mais antigo da cidade, o parque recebeu esse nome em honra aos 28 soldados-heróis que morreram lutando contra os nazistas durante a II Guerra Mundial. Nos arredores, a linda Catedral Ortodoxa Zenkov ou Holy Ascension, construída em madeira. Finalizei o tour em Shymbulak, uma estação de esqui muito próxima do centro da cidade (40 minutos de carro) com teleférico, várias pistas de ski, restaurantes aconchegantes e hotel.

Nos dois dias seguintes, explorei os arredores de Almaty. Os Lagos Kolsai, três lagos com águas cristalinas cercado por uma natureza deslumbrante, também conhecidos como “pérolas de Tien Shan” fazendo referência às montanhas. Visitei o Black Cânion e o Parque Nacional do Cânion Charyn, o segundo maior cânion do mundo com 154km de extensão, ficando atrás apenas do Grand Cânion, nos Estados Unidos. O Lago Issyk e a Cachoeira Turgen também impressionam pela variedade de vegetação e preservação, fiz uma trilha até a queda principal da cachoeira. Fiquei impressionada ao constatar que a limpeza da cidade se estende aos arredores, passei por vários vilarejos de infraestrutura muito simples, mas todos igualmente limpos e organizados.

A gastronomia em Almaty é diversificada, com restaurantes que servem pratos tradicionais cazaques, bem como cozinha internacional de qualidade. Para conhecer a culinária local, escolhi o restaurante tradicional Alasha para jantar e assistir a um show de danças típicas, adorei a experiência. O "beshbarmak" (massa com carne de cavalo cozida lentamente) e o "plov" (arroz aromatizado com carne e legumes) são as iguarias tradicionais. Confesso que não me aventurei na carne de cavalo, mas o grelhado de carneiro estava divino.

Para aqueles que buscam uma experiência cultural enriquecedora, Almaty não decepciona. A cidade é o epicentro da cultura cazaque e abriga ótima infraestrutura para o turismo com personalidade própria. País de história riquíssima com um toque de modernidade, o Cazaquistão me surpreendeu.

No próximo artigo, viajaremos para um País vizinho aos Emirados Árabes Unidos que ganhou mais notoriedade mundial recentemente. Quem arrisca um palpite?







*Turismóloga / Pós-graduada em Gestão empresarial

Guia de turismo licenciada em Dubai e Abu Dhabi – EAU

Instagram: nanarodas_guiadeturismo

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