Pele como alvo: balas não erram os tons de preto
“Uma pessoa negra foi morta pela polícia a cada 4 horas em oito estados do país no ano passado” noticia o G1/Rio, ontem, ao reportar pesquisa realizada pela Rede de Observatórios sobre dados divulgados pelas secretarias de segurança.
Disponível no site globo.com e assinada por Cristina Boeckel e Rafael Nascimento, a reportagem informa que “de 3.171 registros de morte analisados pelos pesquisadores que participaram do estudo ‘Pele Alvo: a bala não erra o negro’ que tinham a cor declarada, os pretos eram 2.770 pessoas, ou 87,35% dos mortos”.
Dado impactante, apesar de não ser nenhuma novidade. É fato histórico, comprovado ao longo desses cinco séculos de construção do Brasil: pessoas de pele preta (mestiças inclusas) são as maiores vítimas sociais em todo país.
Dado objetivo, irrefutável, mas que estamentos dominantes teimam em ignorar, contestar e até ridicularizar – como se pôde constatar durante o quadriênio da fossa no poder, quando Jair Messias e seu gado tripudiaram sobre essa escandalosa evidência, usando inclusive a triste figura de um “capitão do mato” na Fundação Palmares.
Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, São Paulo e Rio de Janeiro foram os Estados com números analisados sobre letalidade policial. Bahia está no primeiro lugar, com 1.465 vítimas e o Rio figura na segunda posição, com 1.330 mortos.Destaca a reportagem que “a subnotificação da informação racial dos mortos por intervenção policial chamou a atenção dos pesquisadores. Das 4.219 ocorrências vistas por eles, 1 em cada 4 não tinha a informação sobre cor”.
E mais, existe uma nítida preferência em puxar o foco para o Norte/Nordeste. Quem observa os dados nacionais sobre homicídios (CVLI, no jargão policial) fica com a pulga atrás da orelha com os rankings da morte: como é que um dos principais centros do crime organizado – São Paulo e adjacências – nunca tem destaque nessas tabelas?
Paira no ar a suspeita de que o problema pode ser ainda pior, maior e mais dramático.
HOJE NA HISTÓRIA
17 de novembro de 1869 – Inaugurado o Canal de Suez, obra estratégica ligando os mares Mediterrâneo e Vermelho, possibilitando uma redução de sete mil quilômetros no trajeto marítimo Europa/Ásia.
Na época, o atual Egito era dominado pelo Império Otomano, na condição de Quedivato (estado vassalo), e não teve autonomia para interferir projeto, fornecendo basicamente mão-de-obra abundante e semiescrava. Segundo a Wikipédia, “a companhia Suez de Ferdinand de Lesseps construiu o canal entre 1859 e 1869. No final dos trabalhos, o Egito e a França eram os proprietários do canal. Estima-se que 1,5 milhão de egípcios tenham participado da construção do canal e que 120 000 morreram, principalmente de cólera”.
Ao longo desses 154 anos, o Canal de Suez passou por ampliações significativas e sofreu com os constantes conflitos bélicos na região, apesar dos acordos internacionais para deixar a via liberada à navegação internacional mesmo durante as guerras.
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