Alegria em defesa da cidadania e diversidade
No domingo (próximo-passado, como se escreveria antanho), um episódio comprovou a vigência do preconceito como arma política e não apenas traço ideológico: falo da contenda em torno da Parada Gay de Maceió.
Muitas são as denominações para o evento em si e para o movimento em geral, mas ouso me referir pelo nome que – a meu ler – marcou época: Parada Gay. Momento eternizado e espalhado pelo mundo a partir dos confrontos de Stonewall.
Relembremos, com a ajuda da Wikipédia: a “Rebelião de Stonewall”, explodiu em 28 de julho de 1969, em Nova Iorque, contra a discriminação e violências sofridas pelas pessoas gays. O estopim foi a repressão policial contra o bar Stonewall.
Daí em diante, desde 1970, ganhou o mundo a prática de se manifestar publicamente num determinado dia do ano em defesa dos direitos das pessoas não-heterossexuais. Essa manifestação é marcada pela alegria e pluralidade.
Chegou ao Brasil com atraso, pois o primeiro ato considerado como tal foi realizado na cidade de São Paulo, em 28 de junho de 1997, contou com duas mil pessoas na Avenida Paulista. E daí ganhou o resto do País – alegremente.
Mas não é que em Maceió, no domingo 26, tentaram cercear essa manifestação, e deslocar – por puro recalque – a passeata da diversidade para outro trajeto que não o tradicional e solicitado em tempo hábil à prefeitura?
Que besteira intentar isso. Tamanha prevenção se deve a que? Aparentemente menos ao ranço ideológico/comportamental e mais ao vezo eleitoral de que o evento não se enquadrava como algo em apoio à reeleição do prefeito de Maceió.
Pueril, o argumento de que a passeata “atrapalharia (em um dia) a programação natalina da prefeitura” exagerou no patético, pois restavam dali para o Natal 30 dias, ou quatro domingos de rua fechada. Ou seja: prejuízo nenhum.
Felizmente, a Justiça restaurou o direito ao uso público, cidadão, e não apenas governamental, dos espaços públicos – desde que cumpridas as determinações das leis urbanas, como feito pela Parada Gay de Maceió. E a alegria desfilou na avenida.
Leia mais em [https://pt.wikipedia.org/wiki/Rebeli%C3%A3o_de_Stonewall], [https://super.abril.com.br/historia/a-historia-da-primeira-parada-do-orgulho-lgbt/], [https://www.vice.com/pt/article/pge47g/primeira-parada-lgbt-do-brasil]
HOJE NA HISTÓRIA
28 DE NOVEMBRO DE 1443 – Skandenberg (1405/1468), liderando tropas rebeldes, reconquista a cidade de Cruja e hasteia, pela primeira vez, a bandeira nacional da Albânia, proclamando independência do Império Otomano. Albanês batizado como George Castrioto (em italiano) – Giergi Kastrioti, em grego –, recebeu o apelido turco de Skanderbeg (Príncipe Alexandre) por seus talentos estratégicos.
Pequeno país entre as nações balcânicas, a Albânia teve trajetória única e ganhou certa notoriedade por, no período comunista (1946/1992) ter se oposto radicalmente aos modelos soviético, chinês e iugoslavo, tentando construir um sistema próprio que considerava fiel ao marxismo-leninismo. Mas não resistiu à implosão soviética do começo dos anos 90.
Em Alagoas, o país ficou mais conhecido por conta do bloco carnavalesco “Meninos da Albânia”, surgido em 1986 (e desaparecido na primeira década dos anos 2000), agremiação responsável pelo retorno do carnaval de rua em Maceió, tendência plural que segue em cartaz no Jaraguá Folia, Pinto da Madrugada etc.
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