Cultura
“Diálogos Essenciais – Entreculturas” no Teatro Deodoro
Mostra reúne obras de diversos artistas ribeirinhos do Baixo São Francisco
Felipe Camelo já falou sobre o assunto aqui, mas é sempre bom falar de Cultura. Então, o que acontece quando você reúne a criatividade, sensibilidade e a força da arte contemporânea e popular ? A resposta vem, claro, em forma de obras de arte na mais nova exposição do Complexo Cultural Teatro Deodoro, “Diálogos Essenciais – Entreculturas” proposta pelo Museu Coleção Karandash de Arte Popular e Contemporânea, que estará aberta a partir do dia 22 de março e fica até 26 de abril.
A mostra encerra o ciclo de exposições oriundas do Edital de Artes Visuais, da Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (Diteal), lançado no ano passado, no qual selecionou quatro projetos, tendo início com a exposição “J. Borges – o Mestre da Xilogravura”, seguindo com “Chão da Nossa Casa”, do Projeto Ruptura, e “Me Olhe nos Olhos”, do artista visual, Igor Rodrigues.
Essa nova exposição traz uma ação coletiva, que reúne o trabalho dos artistas contemporâneos Maria Amélia Vieira e Dalton Costa e de mais 11 artistas populares ribeirinhos do baixo São Francisco, cujas obras fazem parte da Coleção Karandash, são eles: Aloísio Alves, Jasson, Vavan, Valmir Lessa, Clemilton, Fagner, Salvinho, Petrônio, Boró, Cícero e Zé Crente. Alguns desses artistas foram descobertos por Amélia e Dalton durante o período entre 2010 e 2020, a bordo do barco “Museu no Balanço das Águas”.
“É com grande satisfação que recebemos o trabalho desses artistas com obras que representam a beleza e a riqueza da nossa cultura popular, promovendo um diálogo com a contemporaneidade. A exposição está linda! Convidamos a todos para que venham a nossa galeria e prestigiem”, enfatizou a diretora-presidente da Diteal, Sheila Maluf.
As visitas podem ser feitas de segunda a sábado, das 8h às 18h; e, aos domingos e feriados, das 14h às 17h. Já as visitas guiadas em grupos de escolas e instituições sociais devem ser agendadas pelos telefone: (82) 3315-5660/ 98884-6885 ou pelo e-mail: [email protected]. A entrada e o agendamento são gratuitos. Vale lembrar que o uso de máscaras continua sendo obrigatório na galeria.
Segundo Maria Amélia Vieira e Dalton Vieira, artistas e curadores da exposição, a mostra foi pensada especialmente para esta exibição, já que há um tempo eles almejam uma parceria com a Diteal para apresentar esse trabalho, pelo belo espaço que é a galeria e sua localização, bem no Centro da capital.
Além disso, de acordo com eles, por se tratar de um espaço público traz a possibilidade de muitas pessoas virem visitar a exposição, sem falar na diversidade do público, desde estudantes da rede pública e privada, turistas, até comerciantes e consumidores que passam pelas proximidades, assim como as diferentes gerações, de crianças a idosos.
“Estarmos parceiros da Galeria Karandash ao recebermos a exposição “Diálogos Essenciais Entreculturas” é muito significativo, em mais um trabalho de excelência ao reunir peças de artistas tão criativos e originais. É um mergulho fascinante na nossa identidade cultural, transformando o que “já existe” em arte, e dando visibilidade a essa criação. Nos estimula e traz significados à existência de equipamentos artísticos culturais públicos. Venham prestigiar e vivenciar essa experiência bela e instigante”, conta o gerente artístico e cultural da Diteal, Alexandre Holanda.
São mais de 100 obras nos dois pisos da galeria, em instalações que compõem séries criadas pelo casal Maria Amélia e Dalton, somadas aos trabalhos produzidos pelos artistas populares ribeirinhos.
“ Trabalho desde criança com a arte, são mais de 20 anos, e já venho há muito tempo com a Maria Amélia nesse projeto da reunião de artistas. Eu produzia as gamelas, que ela completava com as louças, e outras peças, como, por exemplo, os cajados que estarão na exposição, obras feitas com restos de madeiras, sobras de outros artesãos que eu juntava e transformava. Esse encontro de artistas serve para a gente conhecer o trabalho e a vida de cada um, porque o artista demonstra a sua vivência na arte que ele faz, é assim que eu vejo”, destaca o artista Petrônio, da Ilha do Ferro.
Quando perguntado para Maria Amélia sobre como é fazer uma exposição tão plural como essa a resposta vem fácil: “é muito gratificante, a gente, como artista contemporâneo, perceber que existe um frescor, uma espécie de “florescer eterno” nesses artistas, porque eles não têm em mente nada erudito, tudo é sentimento, eles não criam obras pensando no mercado de arte ou curadoria, por exemplo, ou até mesmo em colecionadores, eles não se preocupam se vão ou não vender. Esse é o ponto central de nós “mirarmos” nesses artistas. Eu e Dalton aprendemos muito com eles nesse sentido, de experimentar, ousar!”, explica Maria Amélia.
Ainda segundo a artista, essa exposição traz um sentimento de pertencimento ao universo alagoano que é plural. Ela revela que outro sentimento é a gratidão por estabelecer esse elo, ser parte dessa roda mutável, que não estagna, que é a arte.
“Além de pertencimento e gratidão, a emoção também faz parte por estarmos apresentando esse trabalho. É uma pequena mostra, um “mimo” e até a disposição das peças foi feita para deixar elas bem espalhadas, fazendo com que o público se sinta parte da exposição. Não queremos que ela seja apenas vista, mas também sentida e que as pessoas possam fazer parte dela, que é um dos elementos primordiais dessa exposição”, finaliza a artista.
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