A família Dedé preserva a identidade cultural e o legado da arte popular deixado por mestre Antônio de Dedé na comunidade alagoana. Seus filhos, herdeiros do talento, expressam criatividade em cada obra de madeira, compartilhando esse dom com o mundo.

No ateliê de Lagoa da Canoa, agreste alagoano, a magia acontece: as peças ganham vida, destacando-se pelos traços de cartum. Antônio José de Dedé, um dos nove filhos, transformou o talento da escultura em profissão, abandonando a agricultura para produzir peças que celebram a arte popular.

“A partir da arte religiosa, cada obra tem um significado e uma representação da memória religiosa popular”, diz Antônio José. “Tudo tem uma história, e sem ela o mundo não seria mundo.”

Cada peça é única, carregando identidade e personalidade, perpetuando a habilidade transmitida por gerações. Inspirados por imagens religiosas e pela cultura quilombola, Antônio José e seus irmãos expandem o legado do pai, apresentando a arte alagoana ao mundo.

A beleza das peças já conquistou destaque internacional e recentemente apareceu na novela “No Rancho Fundo”, da Rede Globo. A peça "Virgem Maria com o Menino Jesus" ganhou destaque, valorizando ainda mais o trabalho da família Dedé.

Antônio de Dedé, reconhecido como Patrimônio Vivo de Alagoas em 2015, deixou um legado de arte e fé. “Depois que me tornei Patrimônio Vivo, minha vida melhorou. É um dom que Deus dá para a gente sobreviver”, afirmou.

O reconhecimento e a transmissão do saberes artísticos garantem que a memória cultural de Alagoas continue viva e inspiradora.