Economia
Calendário com mais de 2,5 mil feiras aquece o setor de viagens corporativas em 2022
Startup registra em março volume transacionado nove vezes maior que no período pré-pandemia;
Um levantamento do Portal Feiras do Brasil, especializado em mapear feiras de negócios das mais variadas atividades econômicas, mostra que, depois de dois anos de eventos represados, elas começam a ser retomadas em 2022. Até o final do ano, serão 2,5 mil feiras desse tipo em todo o país – absoluta maioria presencial (em torno de 90%).
O aquecimento do turismo de eventos já é percebido pela cadeia produtiva do setor de viagens corporativas. É o caso da travel tech Onfly, que presta a empresas o serviço de gestão (cem por cento digital) das viagens de seus respectivos colaboradores. De acordo com um dos sócios e CEO da startup, Marcelo Linhares, os efeitos dessa retomada já são perceptíveis.
“Tivemos, em março de 2022, o melhor mês da nossa história, com um volume de valores transacionais nove vezes maior que o do período pré-pandemia”, afirma o executivo. “E boa parte desse volume veio de empresas que estão comprando passagens e hospedagem em hotéis para seus colaboradores participarem de eventos.”
De fato, de acordo com o levantamento do Feiras Brasil, março aparece como o mês com maior quantidade de eventos – 351 no total. Somando-se a 114 de janeiro e 200 de fevereiro, o primeiro trimestre registrou 698 eventos. Ou seja, ainda há outros quase 1,8 mil para serem realizados até o final de 2022.
Segundo Linhares, há dois complicadores internos, para a cadeia produtiva de viagens corporativas e do turismo de modo geral: o encarecimento das passagens de avião e a falta de vagas em hotéis para dar conta da demanda represada. Isso sem falar na conjuntura externa, marcada principalmente pela guerra na Ucrânia.
Um estudo da Kayak, empresa especializada em busca de viagens, constatou que entre janeiro e março deste ano o preço médio das passagens aéreas subiu 62%. Segundo a empresa, um dos motivos do encarecimento está exatamente no aumento da procura por viagens à medida que os indicadores da pandemia de Covid-19 foram melhorando, depois de uma onda na virada do ano.
Mas, além deste fator, estão os reajustes do querosene da aviação, consequência dos repasses, pela Petrobras, das altas no valor do petróleo. Situação que deve perdurar – inclusive em consequência do conflito internacional, observa Linhares.
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