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Fabricação de bebidas cresce no Brasil, mas apenas 15% dos brasileiros preferem marcas nacionais

Além disso, segundo uma pesquisa da Intangible Business e da Drinks Power Brands, entre as 100 marcas de vinhos e destilados mais poderosas do mundo, o Brasil aparece uma única vez na posição 51, com um conhaque famoso

Por Redação com assessoria 01/06/2022 08h08
Fabricação de bebidas cresce no Brasil, mas apenas 15% dos brasileiros preferem marcas nacionais

De acordo com o IBGE, a fabricação de bebidas alcoólicas no Brasil teve crescimento de 5% em março de 2022 em relação ao mesmo período do ano passado. Entre as atividades econômicas pesquisadas, a fabricação de bebidas em geral foi a terceira influência mais positiva da indústria brasileira em março. Só ficou atrás dos itens outros produtos químicos, com alta de 7,8%, e veículos automotores, reboques e carrocerias (6,9%).

Apesar do aumento e da expectativa positiva por conta da retomada de algumas atividades que tiveram prejuízos na pandemia, as bebidas nacionais ainda enfrentam algumas barreiras impostas pelos consumidores brasileiros.

De acordo com um estudo da Nielsen, quando se trata de bebidas alcoólicas e gaseificadas, somente 15% dos brasileiros preferem marcas nacionais. Além disso, segundo uma pesquisa da Intangible Business e da Drinks Power Brands, entre as 100 marcas de vinhos e destilados mais poderosas do mundo, o Brasil aparece uma única vez na posição 51, com um conhaque famoso. O estigma de que apenas as empresas estrangeiras investem em ingredientes selecionados e receitas elaboradas faz com que os rótulos brasileiros sejam vistos com certa desconfiança por alguns consumidores.

“As pessoas pensam que no Brasil apenas a cachaça e a cerveja são bebidas nacionais de qualidade”, explica Joseph Van Sebroeck, criador do rum Cavendish. O empreendedor lançou a bebida em novembro de 2020, e escolheu justamente o rum por ser uma bebida ainda pouco explorada pelo mercado brasileiro. A origem do rum inclusive ainda é controversa, pois existem diversas versões, uma das mais repetidas é de que ele surgiu aproximadamente em 1500 nas ilhas do Caribe.

“Não queria apostar em uma bebida como o Gin, por exemplo, pois já existem muitas empresas no país que fazem isso, então optei por algo que pudesse ser uma novidade no mercado”, diz Sebroeck. Outro ponto importante no momento de lançar o rum foi pensar em uma forma de atrair o olhar dos consumidores na hora de disputar um espaço nas gôndolas entre centenas de garrafas de bebidas importadas. Sendo assim, ele optou em colocar na embalagem uma ilustração de um famoso pirata inglês que fez história no litoral norte de São Paulo.

“Meu pai sempre me contava essa história quando eu era criança, então eu decidi batizar o rum com o nome do pirata Cavendish, o que causa até uma certa dúvida nos consumidores se a bebida é brasileira ou estrangeira”, ressalta o empreendedor. Além da embalagem, os ingredientes utilizados na produção do destilado é outra questão importante no momento de provar que os produtos nacionais possuem ótimo custo-benefício.

O rum é produzido em uma localização privilegiada, entre o litoral norte do estado de São Paulo e a represa de Paraibuna, em meio a Serra do Mar. A região preserva uma parcela de seu território com matas e campos intocados, o que garante qualidade na produção dos insumos utilizados na fábrica. “Quando o consumidor comprar uma bebida brasileira, além de ajudar a economia do país, ele aquece o mercado e incentiva outras marcas investirem no setor de destilados, criando novas oportunidades de emprego”, finaliza Sebroeck.

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