Economia

TOK&STOK

Mais uma varejista em crise acelera fechamento de lojas

Com juros altos e queda nas vendas, uma das maiores varejistas de móveis e acessórios de decoração brasileiras, encerra pontos em Recife, Fortaleza, Rio de Janeiro, Curitiba, Piracicaba e Campinas

Por Redação com site* 20/04/2023 14h02
Mais uma varejista em crise acelera fechamento de lojas

Na esteira de grandes empresas brasileiras que anunciaram grandes dificuldades financeiras, a Tok&Stok, maior varejista de móveis do país, avança no movimento de fechamento de lojas. Os resultados da Tok&Stok de 2022 ainda não foram divulgados. Estima-se que a empresa tenha uma dívida de R$ 600 milhões.

Segundo informações do Valor Econômico, a companhia fundada em 1978 encerrará praças em Fortaleza (CE), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR), Piracicaba (SP) e Campinas (SP), liquidando tudo pela metade do preço, como parte do processo de reestruturação que tentará evitar a falência. Um pedido de recuperação judicial não está descartado.

A exposição das dificuldades financeiras destas e outras companhias acontece em um cenário de juros estratosféricos, que elevou o endividamento das empresas à insolvência, ao mesmo tempo que também contribui para o endividamento das famílias e queda na demanda – especialmente de bens de consumo. Mesmo com a inflação em queda, a decisão do Banco Central de manter a Selic (taxa básica de juros) a 13,75% já está sendo responsável por uma verdadeira quebradeira.

A Tok&Stok e a Alvarez & Marsal – escritório contratado para recuperação da empresa não comentaram oficialmente o assunto. Desde a semana passada, o fechamento de lojas em Fortaleza, Recife, Curitiba e Rio se concretizaram. Até então, a varejista possuía 65 lojas em todo o país e, também, uma dívida líquida de R$ 300 milhões rolando sobre os juros abusivos atuais.

Uma das hipóteses do mercado, não confirmada oficialmente pela companhia, teria sido um grande investimento em estoque para as festividades de final do ano que, no entanto, não foi desovado por conta das baixas vendas em todo o segundo semestre do ano passado.

A crise veio à público após um fundo imobiliário que detém um imóvel alugado pela empresa em Extrema (MG), mover ação de despejo por inadimplência no mês de fevereiro.

Outra empresa do setor que encerrou totalmente as operações no Brasil diante do desolador cenário econômico, iniciado ainda na pandemia, foi a Etna. Para além do setor varejista de móveis, o Grupo Petrópolis, Americanas e Oi são outras grandes companhias que anunciaram estar à beira da falência neste começo de 2023.

Segundo dados da Serasa, o número de pedidos de recuperações judiciais e de falências de empresas explodiram no primeiro trimestre do ano. Frente ao mesmo período de 2022, os pedidos de recuperação judicial saltaram 37,6%, enquanto para falência, o aumento foi de 44,1%.

*Por Hora do Povo

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