Economia
Startup cria versão digital do vale-farmácia e pretende atender 50 mil vidas até o fim do ano
Depois de cofundar as healthtechs Conexa Saúde, de telemedicina, e Cannect, ecossistema de cannabis medicinal, o empreendedor Fernando Domingues está investindo em um novo negócio no setor de saúde, a startup Omni, versão renovada do benefício conhecido como vale-farmácia: um plano de medicamentos para ser incorporado ao pacote dos colaboradores de empresas.
Com lançamento previsto para julho, a healthtech já levantou uma rodada seed de R$ 5 milhões, liderada pela VEC Investments e acompanhada por nomes do setor de saúde, como Arthur Farme (ex-CFO da SulAmérica) e Roberto Botelho (presidente da fundação Adib Jatene), entre outros executivos, incluindo Massanori Shibata Jr (VP da Petz), Mário Chady (cofundador do Grupo Trigo) e Celso Kiperman (presidente da A+ Educação). O valor será utilizado para a estruturação e desenvolvimento do produto.
Domingues conta que todas as empreitadas tiveram início após a percepção de gaps no mercado brasileiro quando em comparação com outros países, como Estados Unidos, Canadá e nações da Europa. Criada em 2018, a Conexa investiu em telemedicina antes da pandemia e já captou mais de R$ 250 milhões com fundos de investimentos. Já a Cannect, fundada no início de 2022, faturou R$ 15 milhões no primeiro ano de operação.
Pelo contato próximo com a indústria farmacêutica gerado pela Cannect, Domingues decidiu apostar na ideia que o amigo alagoano Leopoldo Veras já desenvolvia dentro da epharma. “Por conta do alto custo, os planos de saúde não conseguem incluir medicamentos, que são uma questão chave para o paciente ficar saudável. Não adianta passar na consulta, coberta pelo plano, e não ter o dinheiro para comprar os medicamentos. Para mim, esse é o maior gap da saúde dos últimos 10 anos”, afirma o fundador.
A Omni não tem vínculo com a indústria farmacêutica e se define como plano de medicamentos B2B independente. Por meio do aplicativo, os clientes terão acesso a uma carteira digital com o valor depositado pela empresa — um saldo mensal não acumulativo. O benefício só poderá ser utilizado para a compra de medicamentos com prescrição médica, que deve ser enviada pelo aplicativo da startup, para impedir fraudes. “É um plano para tratar doenças que atrapalhem a produtividade das empresas, assim conseguimos gerar economia de dinheiro para elas”, indica Domingues. Os usuários podem comprar os medicamentos em qualquer farmácia que preferirem, realizando o pagamento via pix pelo aplicativo da startup.
A partir do uso pelos funcionários, a healthtech gerará relatórios para as empresas com objetivo de fazer uma análise mais aprofundada sobre a saúde dos colaboradores. Em um primeiro momento, a prospecção será com pequenas e médias empresas – de 500 a 3 mil vidas –, com a meta de encerrar 2023 com 50 mil pessoas utilizando o plano. “Já começaremos operando nacionalmente. Como somos independentes, não temos necessidade de integração com as redes”, pontua. Os sócios pretendem abrir uma nova rodada de investimentos no início de 2024 para levantar, pelo menos, R$ 15 milhões, com a ideia de expandir mais o negócio e chegar a 300 mil vidas atendidas.
*PEGN
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