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Endividamento das famílias brasileiras cai pelo segundo mês seguido

Peic aponta queda para 78% em agosto, mas inadimplência continua estável.

Por Redação com Agência Brasil 05/09/2024 14h02
Endividamento das famílias brasileiras cai pelo segundo mês seguido
Foto: TheDigitalWay/Pixabay

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registrou queda no endividamento das famílias pelo segundo mês consecutivo. O percentual de famílias com dívidas a vencer caiu para 78% em agosto, abaixo dos 78,5% de julho, mas ainda superior ao índice de 77,4% registrado no mesmo mês de 2023.


Segundo a CNC, a cautela no uso do crédito é uma das razões para a queda, embora o número de famílias que se consideram "muito endividadas" tenha subido para 16,8%. José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, relaciona o comportamento ao cenário macroeconômico. "O crescimento do PIB em 1,4% no segundo trimestre é positivo, mas os juros altos e a lenta recuperação ainda trazem incertezas. Uma retração no consumo pode afetar a retomada do crescimento", pontua.

Em relação à inadimplência, 28,8% das famílias continuam com contas em atraso pelo terceiro mês consecutivo. Contudo, 12,1% das famílias afirmam não ter condições de pagar suas dívidas, enquanto o percentual de débitos em atraso há mais de 90 dias chegou a 48,6%, o maior desde março de 2020.

“O comprometimento médio da renda com dívidas foi de 29,6% em agosto, mostrando que, apesar de manter as contas sob controle, as famílias ainda enfrentam juros altos”, afirma Felipe Tavares, economista-chefe da CNC. A CNC projeta que a inadimplência poderá subir para 29,5% até dezembro.

O crédito mais utilizado continua sendo o cartão de crédito, com 85,7% de participação entre os endividados, seguido pelo crédito pessoal, que apresentou crescimento de 0,5 p.p. em relação a julho. No Rio Grande do Sul, onde enchentes em maio afetaram a economia local, o endividamento alcançou 92,9% em agosto, com 39,1% das famílias com contas em atraso e 3,7% sem condições de quitá-las.

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