Esportes
Reação contra racismo no futebol brasileiro e internacional
Ataques racistas ao jogador Vinícius Jr. reacendem debate sobre reações seletivas.
Em uma triste sequência de eventos, o talentoso atacante Vinícius Jr., do Real Madrid, mais uma vez enfrentou o repugnante espectro do racismo nos estádios de futebol. Em meio a uma partida contra o Valencia, no Estádio Mestalla, em maio de 2023, uma parcela da torcida adversária desferiu insultos racistas contra o jogador, reacendendo uma luta que infelizmente ainda persiste no mundo esportivo.
Para Vinícius, os ataques em Valência foram apenas um episódio em uma longa batalha contra o racismo. Apesar de ter visto situações semelhantes em outros estádios da Espanha, como em Barcelona e até mesmo em sua cidade adotiva, Madri, a hostilidade persiste.
A revolta diante desses atos de discriminação não ficou restrita ao campo esportivo. O Brasil, país natal de Vinícius Jr., manifestou sua indignação, inclusive com a torcida pelo rebaixamento do Valencia para a segunda divisão local. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também fez sua parte, utilizando um uniforme inteiramente preto em um amistoso na Espanha como forma de protesto contra o racismo enfrentado pelo jogador.
Porém, quase um ano após o triste episódio no Mestalla, a história se repetiu. Durante um confronto subsequente, Vinícius foi novamente alvo de insultos racistas, dessa vez com a palavra "mono" sendo proferida por torcedores. O ataque ganhou ainda mais repercussão quando uma gravação registrou uma criança, ainda no colo da mãe, repetindo o insulto.
Entretanto, a reação nacional diante desses incidentes trouxe à tona uma discussão crucial: a hipocrisia das reações seletivas. Enquanto o racismo no exterior gera indignação em massa, casos semelhantes no Brasil muitas vezes passam despercebidos. Como destaca o advogado e ativista contra o preconceito, Nilton Serson, "a sociedade brasileira precisa perceber que o mesmo acontece no quintal de casa e nenhum sentimento de indignação é visto. Ao menos, não desse tamanho."
Os exemplos são abundantes. Clubes já foram punidos por atos de discriminação, mas casos semelhantes dentro do país muitas vezes passam sem consequências significativas. O debate sobre o racismo nos estádios brasileiros não pode ser ignorado, e é fundamental que toda a sociedade se una para combater essa chaga, dentro e fora das quatro linhas.
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