O mural em homenagem ao atacante Lamine Yamal, no qual ele aparece como uma espécie de Super-Homem, foi vandalizado neste fim de semana em Barcelona. A intervenção foi uma resposta direta à polêmica envolvendo a contratação de pessoas com nanismo para animar a festa de aniversário do jogador, ocorrida no último dia 12 de julho. No local da obra, foram coladas imagens dos anões da Branca de Neve, em claro tom de protesto.

A pintura, assinada pelo artista urbano TV Boy, havia sido inaugurada há apenas um mês e simbolizava a ascensão meteórica de Yamal no futebol mundial. Com uma capa vermelha e um “L” no peito, referência ao seu primeiro nome, o jogador era retratado como herói popular e promessa do Barcelona. A homenagem, no entanto, foi rapidamente convertida em alvo de crítica social.

O ato de vandalismo aconteceu poucos dias após a Associação de Pessoas com Acondroplasia e Outras Displasias Esqueléticas com Nanismo da Espanha (ADEE) denunciar Yamal por desrespeito à dignidade das pessoas com deficiência. Segundo a entidade, a contratação dos profissionais teve como única finalidade o entretenimento e a recreação, o que é proibido por lei no país.

A legislação espanhola considera ilegais os espetáculos ou ações recreativas que utilizem pessoas com deficiência para fins que possam gerar ridicularização ou perpetuar estereótipos. A denúncia reacendeu o debate sobre o uso da imagem de pessoas com deficiência no entretenimento, especialmente quando há intenção cômica ou decorativa envolvida.

Até o momento, nem Lamine Yamal nem o artista TV Boy se manifestaram publicamente sobre o vandalismo. A prefeitura de Barcelona também não informou se irá restaurar o mural ou se deixará os sinais do protesto como parte do debate público. Yamal está de férias e ainda não comentou oficialmente a denúncia.