O Museu Judaico de São Paulo homenageia o icônico artista Daniel Azulay (1947-2020) em sua última exposição do ano, intitulada "Algodão Doce Pra Você! De Férias com Daniel Azulay". Agendada para abrir ao público em 16 de dezembro, a mostra, com curadoria de Mariana Lorenzi, mergulha na vida e na obra do artista que marcou a infância de muitos brasileiros.

A exposição, baseada em um seleto acervo pessoal agora sob a guarda de sua esposa Beth Azulay, busca não apenas resgatar a memória de Azulay para seu público original, mas também apresentar seu legado às novas gerações.

A curadora Mariana Lorenzi destaca a marcante influência de Azulay: "Algumas pessoas marcam gerações e esse é o caso do Daniel Azulay. Versátil e com um carisma singular, ele se comunicava de forma transparente com seu público, não subestimando-o. Não é exagero dizer que muitos de seus seguidores começaram a desenhar assistindo aos seus programas."

Ao adentrar o espaço expositivo, os visitantes, de crianças a adultos, são convidados a mergulhar no universo vibrante e estimulante de Daniel Azulay, saindo com inspiração para criar personagens e histórias próprias.

Azulay, responsável pela criação da Turma do Lambe-Lambe, grupo de personagens infantis que protagonizou programas de TV e quadrinhos, também se destacou como pintor, músico, escritor, ilustrador de livros infantis, apresentador de TV e educador, dedicando grande parte de sua carreira à arte e à educação para crianças e jovens.

O Fenômeno da TV

Filho caçula de uma família judia, Daniel Azulay já demonstrava sua irreverência desde a infância. A Turma do Lambe-Lambe, criada em 1975, tornou-se seu maior sucesso, ganhando vida em tirinhas, gibis, programas de televisão e produtos diversos. O programa, transmitido pela TV Educativa e TV Bandeirantes, conquistou uma legião de espectadores, transformando Azulay em ídolo do público infantil.

Azulay, autodidata no desenho, iniciou sua paixão por ilustrações aos 15 anos, e seu talento o levou a publicar seu primeiro desenho no jornal O Globo. Sua trajetória artística também incluiu personagens adultos, como o Capitão Sol e o Capitão Cipó, além de trabalhos mais maduros, como a série de ilustrações "Jerusalém".

Daniel Azulay faleceu em março de 2020, aos 72 anos, vítima da Covid-19, enquanto enfrentava uma leucemia. A exposição no Museu Judaico de São Paulo celebra sua contribuição duradoura para a cultura brasileira.