O site recém-lançado pelo Observatório Nacional dos Direitos Humanos (ODH) revela dados alarmantes sobre a crescente situação de rua no Brasil. O grupo heterogêneo, caracterizado pela pobreza extrema, também enfrenta "vínculos familiares interrompidos e fragilizados", conforme conceito definido pelo Decreto nº 7.053/2009.

Essa realidade tem impactado significativamente as populações dos principais centros urbanos do país, conforme apontam as estatísticas do ODH. Entre 2018 e julho de 2023, o número de pessoas em situação de rua cadastradas no Cadastro Único quase dobrou, apresentando um crescimento contínuo.

O observatório destaca que "o número de municípios brasileiros com pessoas em situação de rua cadastradas passou de 1.215 em 2015 (22% do total de municípios do país) para 2.354 em 2023 (42% do total de municípios do país)."

Dentre esses municípios, os 10 primeiros com o maior número de pessoas em situação de rua concentram 51,5% dessa população. São eles: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre, Curitiba, Campinas e Florianópolis.

Conforme revelado pelo Cadastro Único, o perfil predominante dessa população é majoritariamente masculino (88%), composto por pessoas negras (68%, somando pardas, 50%, e pretas, 18%), e em idade adulta (57% tinham entre 30 e 49 anos). Os principais motivos para a situação de rua foram problemas familiares (44%), seguidos de desemprego (38%) e alcoolismo e/ou uso de drogas (28%).

O propósito do site é fornecer, por meio de uma abordagem científica, uma compreensão mais aprofundada desse problema. Além disso, visa proporcionar aos agentes públicos e governantes conhecimento para o desenvolvimento de políticas públicas mais eficazes.

Galeria de fotos