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Clima Seco

Governo brasileiro se prepara para seca severa na Amazônia

Autoridades antecipam ações de prevenção e destacam necessidade de recursos para mitigação e reconstrução.

Por Redação com Agência Brasil 22/05/2024 14h02
Governo brasileiro se prepara para seca severa na Amazônia
Foto: Divulgação

Mesmo enquanto continua a resposta às enchentes no Rio Grande do Sul, o governo brasileiro já se preocupa com um novo evento climático extremo iminente no país. A secretária nacional de Mudança do Clima, Ana Toni, alertou sobre uma seca “muito terrível” prevista para ocorrer em breve na Amazônia.

“O governo já está tentando se adiantar, entendendo que municípios provavelmente vão ser atingidos, que tipo de prevenção [será necessária]. Isso está sendo liderado pelo Ministério da Integração Regional, onde está a Secretaria [Nacional] de Defesa Civil, já pensando em ações de prevenção”, afirmou Ana durante um seminário do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) sobre descarbonização da economia, no Rio de Janeiro.

Alerta de Estiagem e Medidas de Prevenção


Na última semana, a Defesa Civil do Amazonas emitiu um alerta de que a estiagem deste ano no estado deve ser tão severa quanto a de 2023. A recomendação é que as pessoas estoquem água, alimentos e medicamentos para enfrentar o período mais crítico da seca.

A estiagem na Amazônia ocorre no segundo semestre, com o pico da vazante dos principais rios da região concentrado entre outubro e novembro. Em 2023, a região enfrentou uma das piores secas de sua história, o que causou uma grande redução no nível dos rios, prejudicando o transporte e o acesso a água, comida e remédios para as comunidades ribeirinhas.

Impactos das Mudanças Climáticas e Necessidade de Recursos


Estudos apontam que a principal causa da seca na Amazônia é a mudança climática decorrente da ação humana. Ana Toni enfatizou que eventos extremos provocados por essas mudanças exigem não apenas mitigação e adaptação, mas também recursos para reconstrução.

“Tem o custo da mitigação. Tem o custo da adaptação das cidades brasileiras, da infraestrutura, da energia, da agricultura. Mas a gente já está vivendo o custo das perdas e danos”, destacou. “Nesse desastre, que está acontecendo agora no Rio Grande do Sul, provavelmente vai precisar de algo entre R$ 50 bilhões e R$ 100 bilhões para a reconstrução do estado.”

Financiamento para Reconstrução


A necessidade de financiamento para reconstrução é uma preocupação também do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “A gente precisa criar [com bancos multilaterais] uma solidariedade e fundos para reconstrução. Imagina se esse dilúvio [do RS] tivesse caído no Uruguai? Como eles sairiam dessa sozinhos?”, afirmou o presidente do banco, Aloizio Mercadante.

Ele ressaltou que os bancos públicos precisarão de recursos para financiar a reconstrução de áreas atingidas por eventos extremos e anunciou que o banco realizará uma série de seminários para discutir experiências internacionais nessa área.

"Estaremos, segunda-feira, operando uma linha de R$ 5 bilhões no Rio Grande do Sul, com todos os bancos parceiros. Entramos com o fundo garantidor de R$ 500 milhões, mas precisamos de taxas de juros menores para a reconstrução do Rio Grande do Sul", disse Mercadante.

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