A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta sexta-feira (13) a pré-qualificação da vacina contra a mpox, produzida pela farmacêutica Bavarian Nordic. Esta é a primeira vez que um imunizante contra a doença é incluído na lista de insumos pré-qualificados da entidade, o que facilita sua distribuição em países de baixa renda que enfrentam surtos da doença.

“A aprovação da pré-qualificação deve facilitar o acesso ampliado e oportuno a um insumo essencial em comunidades com necessidades urgentes, para reduzir a transmissão e ajudar a conter surtos”, informou a OMS em comunicado.

Com a pré-qualificação, a vacina poderá ser adquirida e distribuída por organizações como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (Gavi). Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, afirmou que a medida é um avanço significativo no combate à mpox. “Precisamos agora intensificar urgentemente a aquisição, as doações e a distribuição, para garantir acesso equitativo às doses onde elas são mais necessárias”, ressaltou.

Indicação e uso emergencial

A vacina da Bavarian Nordic pode ser administrada em pessoas com 18 anos ou mais, em duas doses, com intervalo de quatro semanas. A OMS esclareceu que, embora não licenciada para menores de idade, o uso off label está autorizado em crianças, adolescentes, gestantes e imunossuprimidos. “O uso da vacina é recomendado em situações de surto onde os benefícios superam os riscos potenciais”, destacou a entidade.

Eficácia e segurança

Dados da OMS mostram que uma única dose pré-exposição tem eficácia estimada de 76% contra a mpox, enquanto o esquema de duas doses alcança 82%. “A vacinação após exposição ao vírus é menos eficaz do que a pré-exposição”, explicou a organização. Além disso, a vacina apresenta um bom perfil de segurança, comprovado em estudos clínicos e durante a emergência global declarada em 2022.

Cenário global

Desde 2022, mais de 103 mil casos de mpox foram confirmados em 120 países, com 25.237 casos suspeitos e confirmados apenas este ano. A doença, que tem causado surtos em 14 países africanos, já resultou em 723 mortes. A pré-qualificação da vacina surge como uma resposta urgente para conter novos surtos e salvar vidas.