A professora e assistente social Macaé Evaristo tomou posse como nova ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania nesta sexta-feira (27), durante cerimônia no Palácio do Planalto. Ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Macaé destacou que a prioridade de sua gestão será promover a convivência, a solidariedade e o cuidado mútuo entre a diversidade da população brasileira. “O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania está de pé, está vivo, temos tarefas concretas e muita coisa por fazer”, afirmou.

Macaé também citou a filosofia africana Ubuntu, enfatizando que a plenitude de cada indivíduo é alcançada apenas na coletividade. “A maior vocação deste ministério é promover ‘humanidade para todos’: o direito à vida, à liberdade, à educação, à saúde e ao trabalho, direito à memória e à verdade”, ressaltou.

A nova ministra tem uma trajetória marcada pelo trabalho em defesa da educação e dos direitos humanos. Mulher preta do interior de Minas Gerais, Macaé relembrou sua própria caminhada, destacando que sua "maior credencial é ser uma pessoa absolutamente comum". Emocionada, falou sobre sua criação e as dificuldades enfrentadas pela morte precoce de seu pai.

Desafios e políticas para o futuro

Macaé Evaristo assume o cargo após a saída de Silvio Almeida, exonerado em meio a denúncias de assédio sexual, que ele nega. Durante a posse, estavam presentes diversas ministras do governo Lula, incluindo Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, que teria sido uma das vítimas de Almeida. A nova ministra promete fortalecer a luta contra todas as formas de violência e preconceito, e afirmou que o ministério irá cuidar das pessoas “mais vulneráveis do mundo social”.

“O Ministério dos Direitos Humanos é dedicado a implementar um plano de ação que valorize as potências das populações das periferias, favelas e comunidades urbanas e rurais. Nossa missão é pavimentar um Brasil sem fome, sem miséria, sem racismo e sem lgbtqia+fobia", disse Macaé, reforçando o compromisso de sua gestão.

A posse também contou com a presença da escritora Conceição Evaristo, prima de Macaé, que leu dois de seus poemas, simbolizando a importância da representatividade e da luta antirracista no Brasil.