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Adeus Estrela

Morre Emiliano Queiroz, o ator de 300 personagens

Aos 88 anos, o artista deixa legado marcante na TV, teatro e cinema.

Por Redação com G1/ Jornal Nacional 05/10/2024 07h07
Morre Emiliano Queiroz, o ator de 300 personagens
Foto: Reprodução/TV Globo

O Brasil perdeu, nesta sexta-feira (4), o ator Emiliano Queiroz, aos 88 anos. Conhecido por interpretar mais de 300 personagens ao longo de sua carreira, o cearense marcou gerações na TV, no teatro e no cinema. O talento de Queiroz foi descoberto ainda na infância, quando, aos 6 anos, sua mãe ouviu de um padre que ele tinha vocação para o seminário. Contudo, o jovem Emiliano traçou outro destino.

Do teatro escolar, foi para o rádio e, de Fortaleza, tomou coragem para seguir rumo a São Paulo, mesmo sem dinheiro. “Aí: ‘Como eu vou para São Paulo? Não tenho dinheiro, não tenho nada’, meu pai tinha acabado de morrer. Eu tinha um cunhado meu que ele tinha uns caminhões que viajavam para São Paulo levando carga e tal. ‘Eu vou entrar no caminhão’. Aí eu fui no caminhão dele para São Paulo. Tipo pau-de-arara, entende?”, relembrou o ator ao *Memória Globo*.

Queiroz estreou na TV Globo em 1965 e, desde então, acumulou participações em mais de 70 novelas, seriados e minisséries. Um dos personagens mais memoráveis foi Dirceu Borboleta, de *O Bem Amado*, cuja gagueira característica surgiu em cena com Paulo Gracindo. “O Dirceu foi um presente que me acompanha até hoje”, disse Queiroz em diversas entrevistas.

Além da televisão, Queiroz teve destaque no teatro, sendo aclamado por sua atuação como a travesti Geni na primeira montagem da *Ópera do Malandro*, de 1978. O papel foi tão marcante que inspirou Chico Buarque a compor a música do personagem.

Recentemente, o público pôde rever seu talento na reprise de *Alma Gêmea*, no programa *Vale a Pena Ver de Novo*. Mesmo após três intervenções cirúrgicas para colocar stents no coração, o ator não resistiu a uma parada cardíaca.

Em 2012, ao completar 60 anos de carreira, Emiliano Queiroz relembrou sua trajetória no espetáculo *Na Sobremesa da Vida*. “Alquimia só acontece nesse encontro, como agora, aqui, aqui agora, entre nós. Amanhã, amanhã só resta a lembrança. A comovente lembrança”, disse ele em cena, marcando a despedida de uma vida dedicada à arte.

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