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SEM PROTEÇÃO

Pesquisa aponta que só metade da população usa cinto no banco traseiro

Acidente com ex-BBB expõe condutas que elevam riscos de ferimentos e mortes no trânsito

Por Redação 01/04/2022 15h03 - Atualizado em 01/04/2022 15h03
Pesquisa aponta que só metade da população usa cinto no banco traseiro

O acidente que vitimou o ex-BBB Rodrigo Mussi, durante a noite desta quinta-feira (31/03), em São Paulo, expõe um grave problema que compromete a segurança viária: a falta de uso do cinto de segurança no banco traseiro. Rodrigo sofreu fraturas múltiplas, traumatismo craniano, passou por cirurgia e está internado em estado grave no Hospital das Clínicas, em São Paulo.
O ex-BBB viajava em um carro por aplicativo que perdeu o controle e bateu na traseira de um caminhão, na Marginal Pinheiros. Segundo informações preliminares, Rodrigo estaria sem cinto de segurança no banco de trás. Em entrevista, o motorista afirmou não se lembrar de como o acidente aconteceu e disse acreditar que tenha cochilado. Com o impacto, Rodrigo foi projetado para fora do carro.

Apesar de obrigatório, apenas 54,6% da população usa o equipamento no banco traseiro, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do IBGE, divulgada em 2021. “Os passageiros têm a falsa sensação de que o banco da frente sirva como proteção em caso de acidente. Só que a força que uma pessoa recebe em uma colisão é algo em torno 35 vezes o seu peso e não há banco que possa pará-la. Quando há uma pessoa no banco da frente, o resultado pode ser ainda mais grave: o passageiro projetado com o impacto esmaga a pessoa sentada à frente e os dois podem ficar gravemente feridos”, comenta o diretor científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), Alysson Coimbra.

Outro problema que merece atenção do poder público é a regulamentação das jornadas de trabalho dos motoristas de aplicativo. “Diante das altas consecutivas do combustível, o rendimento dos motoristas caiu e isso acaba os obrigando a dobrar jornadas para ter uma remuneração minimamente digna".

Embora ainda não seja possível afirmar há quanto tempo ele estava dirigindo, quando admite que cochilou ao volante o motorista deixa claro que estava cansado. "Como a atividade de motorista de aplicativos não é regulamentada, não se aplica a esses profissionais a lei que estabelece pausas para descanso durante e entre as jornadas de trabalho”, completa Coimbra.


Isso é importante porque 90% dos sinistros de trânsito são provocados por fatores humanos, como sono, desatenção e comportamento imprudente. “Quando o passageiro contratar um serviço de transporte, além de usar o cinto de segurança, é imprescindível ficar atento durante todo o percurso. Ao mínimo sinal de imperícia do motorista ou alteração em seu estado geral, interrompa a viagem e busque abrigo em local seguro. Essa certamente é uma decisão que salva vidas”, completa o médico especialista em Medicina do Tráfego.

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