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Trote na UFPR deixa 25 calouros com queimaduras pelo corpo
Até o momento 4 pessoas foram presas; 19 vítimas já prestaram queixa à Polícia Civil de Palotina (PR)
Ao menos 25 calouros sofreram queimaduras pelo corpo após participarem de um trote do curso de medicina veterinária da UFPR (Universidade Federal do Paraná), em Palotina, a 597,2 km de distância de Curitiba, na noite de quarta-feira, 30. Uma vítima sofreu lesões de terceiro grau.
O trote começou de forma mais amena, com brincadeiras como pedidos no semáforo até que em um momento os calouros foram levados a um terreno baldio, ao lado da universidade. Lá, os novos estudantes foram informados de que participariam de um 'trote sujo' e teriam de ficar de joelhos.
"A gente não tinha ciência do que estavam tacando, todo mundo começou a perguntar o que era, mas ninguém respondeu, quando a gente viu a latinha, a gente pensou que devia ser azeite de oliva [...] Quando eles falaram em trote sujo a gente pensou em ovo, farinha, barro", disse uma das vítimas do trote, que preferiu preservar a identidade.
Outra vítima relatou que a substância provou ardência assim que jogada ao seu corpo. "Eu falei que estava ardendo, eu pedi ajuda e ninguém estava socorrendo. Só começaram a socorrer depois que todo mundo pediu ajuda".
Marcelo Crein sofreu queimaduras moderadas nas costas, ele narra que "tirou a camiseta para tentar secar o máximo que puder. A gente queria lavar. E na hora que a gente estava saindo para lavar, o pessoal começou a passar mal e uma menina desmaiou".
Investigação
Polícia Civil de Palotina prendeu quatro suspeitos de envolvimento direto no trote universitário. Das 25 vítimas 19 já realizaram a denúncia. A polícia trabalha agora para que mais vítimas também denunciem. Entre os presos estão duas jovens, uma de 23 anos, outra de 21 e dois rapazes também de 21 anos de idade estão presos.
A polícia investiga também qual o exato conteúdo químico que foi utilizado no trote, a princípio a substância foi identificada como creolina.
Universidade faz declaração
Em nota, a UFPR lamentou o "chocante episódio" e destacou que a prioridade no momento é o "atendimento e acolhimento das vítimas". A universidade ainda reforçou que "adota a posição institucional do trote sem violência e, desde 2017, promove campanhas anuais de conscientização dos alunos no sentido de que a recepção dos calouros deve ser um momento de alegria e integração com os veteranos".
A diretora do campus de Palotina, Yara Moreto, confirmou que cinco alunos do curso de medicina veterinária estão diretamente envolvidos e que um processo na "diretoria de assuntos disciplinares" foi instaurado para apurar os fatos.
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