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CELEBRAÇÃO

Dia dos Avós: o papel e os limites na educação das crianças

Principais conflitos geracionais envolvem divergências sobre a melhor forma de educar

Por Redação com Assessoria 26/07/2022 16h04
Dia dos Avós: o papel e os limites na educação das crianças

O aumento da expectativa de vida sugere que o século XXI será considerado o século dos avós. Segundo a projeção de 2021 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atualmente existem 73 milhões de possíveis avós no país. Se levarmos em consideração a idade populacional, pela primeira vez na história existem mais avós do que netos, já que são 705 milhões de pessoas acima de 65 anos contra 680 milhões entre zero e quatro anos. 

Estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que até 2050 teremos dois idosos para cada criança de até quatro anos. A data 26 de julho é marcada como o Dia dos Avós e serve para lembrar a importância desse ente na vida das famílias, sendo que grande parte deles é o principal responsável pelos cuidados dos netos.

De acordo com a psicóloga Luciene Bandeira, diretora de saúde mental de Conexa, maior player de saúde digital da América Latina, apesar de ser inegável a importância que os avós têm na transmissão dos conhecimentos e na história de uma geração para outra, é comum vermos pais se queixando que a sogra ou sogro, e até mesmo seus próprios pais e mães, interferem demais na criação de seus filhos, o que até certo ponto é normal e esperado, pois eles se disponibilizam para ajudar no que for preciso. “Ao nos tornarmos avós participamos indiretamente dos cuidados com os netos, ao mesmo tempo em que nos envolvemos mais com nossos filhos, ensinando-os a serem pais, mas nem sempre essa transição de papéis acontece de forma harmônica. Entre as principais queixas dos pais em relação aos avós de seus filhos estão as divergências acerca da melhor forma de educar, o estabelecimento de regras e limites, alterações na rotina alimentar e o questionamento de ordens que levam os pais a se sentirem desautorizados pelos avós”.

Luciene, que também é responsável técnica por Psicologia Viva, explica que tudo depende do tipo de relacionamento que pais e avós têm antes mesmo do nascimento da criança. Relações próximas e afetuosas tendem a ser fortalecidas, já relações competitivas e conflituosas tendem a se tornar mais difíceis. “Diante dos novos arranjos familiares, os limites e fronteiras que delimitam as funções de cada membro dentro da dinâmica da família se tornaram expandidas e difusas, podendo gerar uma certa confusão de papéis. Os desafios sociais e econômicos e a necessidade de ajuda dos pais nas tarefas de cuidado aos filhos contribuem ainda mais para a falta de clareza por parte dos adultos (pais e avós) e também pelas crianças (netos). Quando os netos ficam sob o cuidado dos avós durante longos períodos, é compreensível que haja dúvida sobre a quem devem obedecer, levando à confusão, insegurança e falta de referências”, conta a psicóloga.

A orientação de um profissional de psicologia poderá auxiliar na busca por estratégias para melhorar o relacionamento com os avós de seus filhos e estabelecer limites, bem como na solução de questões prévias ao nascimento da criança. Já para os avós, a orientação psicológica pode ser útil na compreensão e aceitação de seu lugar na dinâmica familiar de modo que possa estar presente de forma positiva e carinhosa para os netos, ajudando os filhos sem desautorizá-los. Por fim, para os netos, a psicoterapia poderá restabelecer as referências e prevenir problemas resultantes do conflito familiar.

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