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FICÇÃO?

Arábia Saudita quer construir cidade espelhada tecnológica no meio do deserto

Lugar irá permitir uma vida luxuosa a 9 milhões de habilitantes

Por Redação com sites 28/07/2022 18h06
Arábia Saudita quer construir cidade espelhada tecnológica no meio do deserto

O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, quer criar uma enorme cidade futurística no meio do deserto. A iniciativa é parte de um projeto chamado Neom para abrigar as mais modernas tecnologias existentes e permitir uma vida luxuosa aos 9 milhões de habilitantes em um local antes inóspito.

À primeira vista, a cidade lembra uma imensa parede de espelhos, quase uma miragem no meio do deserto seco. O local seria formado por dois grandes edifícios paralelos, espelhados e interligados por passarelas, por isso ganhou o nome de The Line ("A Linha", em português).

Sabe o prédio do Congresso Nacional, que lembra uma imensa letra H? A ideia do The Line é parecida, mas com 170 quilômetros de comprimento na horizontal. Além de serem alongados, os dois paredões devem ter cerca de 500 metros de altura, a mesma da Triumph Tower, o prédio mais alto da América Latina que está sendo construído em Balneário Camboriú (SC).

Como é a cidade The Line?

Por dentro, haveriam fazendas verticais, paredes verdes, vários andares temáticos e técnicas de semeadura de nuvens, uma forma artificial para manipular o clima e forçar chuvas ou neve. Essa seria uma forma para conter o calor na área, já que somente a vegetação não seria capaz de deixar o local mais agradável.

Segundo o Wall Street Journal, os alimentos seriam colhidos e agrupados de forma autônoma com o uso de robôs em fazendas comunitárias. Um trem de alta velocidade subterrâneo percorrerá o trajeto entre os prédios espelhados para garantir transporte coletivo aos moradores. Uma marina seria construída na interseção dos prédios para abrigar iates e barcos dos magnatas.

O local seria pensado para abrigar prédios de escritório, hospitais, comércio local e complexos de entretenimento. Quem morar ali deve ficar enclausurado no imenso paredão de espelhos, sem precisar sair do local para trabalhar, estudar ou se divertir. Tudo deve ser acessível à pé, em caminhadas que não levarão mais do que cinco minutos, e o transporte rápido permitirá ir de um extremo ao outro em 20 minutos.

Uma cidade de ficção

Há também planos ambiciosos para tirar do papel várias coisas que a humanidade só viu em filmes de ficção científica, como luas artificiais e até lutas de robôs em gaiolas — uma versão futurística das rinhas de galo. A cidade espelhada teria um estádio elevado (cerca de 305 metros do solo) para abrigar competições esportivas e shows.


Para tudo isso virar realidade é preciso injetar muito dinheiro e movimentar diversos setores tecnológicos, de construção civil e sociais. Tribos locais foram removidas à força da região para abrir espaço para o projeto. Há dúvidas quanto à viabilidade da construção, principalmente em relação a serviços públicos (segurança, saúde e locomoção) e insumos básicos, como água potável— o processo de dessalinização da água do mar é caro e impróprio para o consumo diário.

O projeto está orçado em US$ 500 bilhões, dinheiro que Salman certamente dispõe para tirar do papel o sonho megalomaníaco. Por enquanto, tudo não passa de um protótipo feito por empresas realmente empolgadas com um futuro ainda um tanto distante. Resta saber se o príncipe conseguirá reunir magnatas tão endinheirados e dispostos a apostar recursos em algo sem qualquer previsão de retorno financeiro.

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