O juiz federal Eduardo Appio, titular da 18ª Vara Federal de Curitiba, passou a responder a um processo administrativo disciplinar (PAD) após decisão da Corte Especial Administrativa do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Na mesma deliberação, o tribunal optou por manter a suspensão cautelar do magistrado.

Appio é investigado por suspeita de furto de garrafas de champanhe em um supermercado de Blumenau, em Santa Catarina. O caso se tornou público em outubro e levou ao afastamento provisório do juiz de suas funções.

Até a suspensão, Appio atuava em uma vara responsável por processos previdenciários. Em 2023, ele esteve à frente de ações relacionadas à Operação Lava Jato, mas acabou afastado dessas atividades por decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Posteriormente, a transferência do magistrado da função foi confirmada de forma definitiva.

Em declaração ao g1, Appio afirmou que está apresentando defesa na esfera administrativa. Segundo ele, o TRF-4 teria sido “induzido em erro por um delegado de polícia de Blumenau”, a quem atribuiu motivações políticas. O juiz disse ainda que pretende contestar o caso judicialmente e declarou confiar na análise do tribunal.

Já o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, negou qualquer vínculo político do delegado responsável pela apuração e afirmou desconhecer a existência de candidatura ligada ao União Brasil para 2026. Ele explicou que a investigação teve início na Polícia Civil e que, após a identificação do suspeito como magistrado, o procedimento foi encaminhado ao TRF-4, juntamente com a documentação e as imagens que embasam o caso.