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Athletico faz história contra o Estudiantes e chega à semifinal de Libertadores após 17 anos
Furacão bate o Pincha em La Plata e encara o Palmeiras por uma vaga na final da Libertadores. Com gol de Vitor Roque, no último lance, Athletico reforça a fase copeira desde 2018
O Athletico marcou nos acréscimos e venceu o Estudiantes por 1 a 0 na quinta-feira, no estádio Jorge Luís Hirschi, pelo jogo de volta das quartas de final da Libertadores. O Furacão voltou à semifinal após 17 anos e encara o Palmeiras.
O triunfo no tempo normal, a 15 segundos de ir para os pênaltis, mostra o tamanho da classificação. O tetracampeão Pincha, por exemplo, nunca tinha perdido uma partida de mata-mata em casa na competição.
A história sendo escrita, vale destacar, passa pela chegada do técnico Luiz Felipe Scolari. Ele tirou o clube de um momento turbulento para brigar nas três competições em três meses e meio: semi da Liberta, quartas da Copa do Brasil (decide quarta contra o Flamengo) e G-4 do Brasileirão.
Felipão, aliás, segue quebrando recordes aos 73 anos: ele já era o treinador que mais tinha chegado às quartas da Libertadores e agora é o único que alcançou a semifinal pela sexta vez. O treinador busca seu terceiro título para igualar Carlos Bianchi, maior vencedor do torneio.
O gol da classificação veio no fim, com um atacante iluminado e com enorme potencial. Vitor Roque, 17 anos, teve o cuidado de não ficar impedido, aproveitou cruzamento de Vitinho e mandou para as redes.
A idade que constrasta com o período em que o Furacão volta a estar entre os quatro melhores da América do Sul. A única vez que o clube rubro-negro esteve na semi foi na campanha do vice de 2005.
"Felizmente aconteceu o gol no final que nos deu essa classificação tão difícil, tão brigada, tão disputada. Um aprendizado maior para nosso futuro", afirma Felipão.
Após estudar o time com três zagueiros, Felipão optou por manter a linha defensiva de quatro e colocar três volantes. Alex Santana acabou por ser a grande novidade na vaga de David Terans.
A equipe começou com Bento; Khellven, Pedro Henrique, Thiago Heleno e Abner; Hugo Moura, Fernandinho e Alex Santana; Canobbio, Cuello e Pablo.
O time argentino ficou mais com a bola e abusou dos cruzamentos na área, a principal arma ofensiva, em cima do lateral-esquerdo Abner. Manuel Castro foi o primeiro a assustar, fechou na pequena área e mandou para fora.
O Athletico só ofereceu algum perigo em falta batida por Khellven que foi direto para o gol, mas Andújar afastou de soco. A ideia rubro-negra era usar a velocidade dos atacantes de lado, além do apoio do centroavante, para que a novidade os meio-campistas buscassem os passes nos espaços. Não funcionou.
Por outro lado, houve um certo controle da partida até os 15 minutos finais da primeira etapa, quando o Pincha passou a levar mais perigo. Leandro Díaz levantou para Godoy ganhar e, no rebote, Rogel bateu perto da trave. Depois, em falta da direita, Morel desviou por baixo, e Bento espalmou. Por fim, Rogel subiu no meio da pequena área e mandou por cima do travessão.
Na volta do intervalo, o Furacão melhorou e foi o primeiro a finalizar. Cuello pegou rebote do escanteio e bateu por cobertura, próximo da trave. Canobbio ainda teve duas chances na área, mas foi em cima da marcação.
Com Canobbio e Pablo mal, Felipão colocou Rômulo e Vitor Roque. Aos poucos, o Estudiantes foi retomando a leve superioridade. Após pivô de Leandro Díaz, Zuqui só não marcou pela intervenção decisiva de Pedro Henrique perto da marca da cal.
A equipe da casa até chegou a marcar, mas o gol foi anulado depois da intervenção do VAR. Após cobrança de escanteio, Rogel mandoy a bola na trave, e Lollo chutou no rebote - a arbitragem uruguaia apontou impedimento de Morel, que estava na frente do goleiro Bento.
Pouco depois, em escanteio rápido, Díaz pegou de primeira na rede pelo lado de fora. O time atleticano, ainda que não estivesse no modo "saber sofrer", não conseguia agredir o adversário. Erick, Vitinho e Terans ainda entraram.
Na base do abafa, o Pincha criou duas boas chances. Morel bateu cruzado para defesa segura de Bento e, depois, na falha de Thiago Heleno e Abner, Mauro Méndez recebeu lançamento nas costas da dupla, entrou na área e perdeu o gol ao mandar rente à trave.
Quando o jogo caminhava para os pênaltis, o trio que entrou na segunda etapa virou o "dedo de Felipão". Terans driblou dois e tocou para Vitinho, que fingiu cruzar, cortou e mandou para a área. Vitor Roque soube se posicionar sem estar em impedimento, explodiu e chegou antes do goleiro para desviar para as redes.
"Se vocês olharem o gol que surgiu, foi com os três que saíram do banco. Entraram e fizeram a diferença. Não são só os três, é o nosso grupo todo, os que começaram principalmente, que suportaram uma carga muito grande. Jogar aqui contra o Estudiantes é muito difícil, tem que ter uma maturidade muito grande", concluiu Felipão.
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