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Nordeste e Norte são as regiões com menos médicos por habitantes no Brasil

Alagoas teve grande crescimento na presença de profissionais trabalhando no Estado na última década

Por Redação com assessoria 01/03/2023 15h03 - Atualizado em 01/03/2023 18h06
Nordeste e Norte são as regiões com menos médicos por habitantes no Brasil

Dados da Demografia Médica no Brasil 2023, publicados em fevereiro deste ano (2023), expõem a grande desigualdade na distribuição da população médica no Brasil.  Com grandes investimentos em contratação de profissionais e construção de novos hospitais na última década houve um forte crescimento na presença de profissionais no Estado. Alagoas saltou de 3.921 a 6.178 médicos nos últimos dez anos. O que elevou a taxa 1,24 médicos/mil habitantes em 2013, para 1,84 médicos/mil habitantes em 2023, o que melhorou a posição de Alagoas entre os Estados da Região.

Nos números da Região Nordeste, a razão de médicos/mil habitantes é de 2,81 na Paraíba, 2,23 em Pernambuco, 2,15, em Sergipe, 2,10 no Rio Grande do Norte, 1,89 no Ceará, 1,83 na Bahia, 1,81 no Piauí e 1,22 no Maranhão, que tem a menor proporção da região, embora tenha uma população maior que Piauí, Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe e Paraíba. 

Com 57.667.842 habitantes e 111.223 médicos, o Nordeste possui uma razão de 1,93 profissionais da área por mil habitantes. A região só não perde para a região Norte, que tem 18.906.962 habitantes, 27.453 médicos e uma razão de 1,45 profissionais da área por mil habitantes, menor proporção de profissionais da área por mil habitantes.

O Sudeste tem a maior razão de médicos por mil habitantes no País, com 2,95 profissionais da área por mil habitantes.

Em janeiro deste ano, havia 562.229 médicos inscritos nos 27 Conselhos Regionais de Medicina (CRMs), o que corresponde a uma taxa nacional de 2,6 médicos por mil habitantes. Nessa perspectiva, deverão ser mais de um milhão de médicos em 2035.

De acordo com o Dr. Raul Canal, presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), o Brasil sofre com uma grande desigualdade na distribuição da população médica. Isso significa que, segundo o especialista, o volume não resolve o problema de saúde do Brasil. Além disso, a proporção de profissionais da área atuando em municípios pequenos e mais distantes dos grandes centros urbanos é ainda menor, contribuindo para a falta de acesso de parte da população a serviços básicos de saúde.

“Analisando o cenário, não é difícil constatar que a má distribuição de profissionais não resulta de um suposto desinteresse dos médicos, que até chegam a migrar para essas regiões. O grande problema é que acabam desistindo de atuar nessas cidades, onde notam a ausência de uma infraestrutura mínima: não há hospitais, postos de saúde, unidades especializadas, remédios, transporte. Não há o mínimo para atender com dignidade.”, aponta o presidente Anadem.

Essas desigualdades relacionadas à demografia médica também se fazem presentes em recortes entre gêneros. O estudo mostra que as mulheres ganham, em média, R$ 13 mil a menos que os homens, ainda que exista a estimativa que elas serão maioria daqui a apenas um ano, com 50,2% do total de profissionais. Em 2035, a expectativa é de que a porcentagem aumente para 56%. “Essa desigualdade na renda entre homens e mulheres também deve ser trazida à baila nas discussões com os órgãos competentes e autoridades. Se as mulheres possuem a mesma formação e obedecem aos mesmos trâmites burocráticos que os homens ao longo de sua trajetória profissional, não há explicação racional para que haja essa diferenciação salarial”, esclarece Canal.

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