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"Estabilidade é insalubre" no funcionalismo público, afirma procurador

Representante da Justiça também afirmou que 'comissionado não adoece como efetivo' e gera polêmica

Por Redação com site* 09/03/2023 15h03
'Estabilidade é insalubre' no funcionalismo público, afirma procurador

O procurador de Justiça Marco Antônio Alves Bezerra, do Ministério Público do Tocantins (MPE-TO), gerou polêmica recentemente ao afirmar, em reunião com outros procuradores, que servidores comissionados não adoecem como efetivos e que "a estabilidade é insalubre" no funcionalismo público. Informações são do g1.

De acordo com o portal, o caso aconteceu na última segunda-feira (6), quando o colegiado votava uma proposta para criar três novos cargos comissionados nos quadros do Ministério Público. Durante o processo, enquanto alguns discutiam a necessidade de um estudo sobre uma possível redistribuição de pessoal ou realização de concurso público, Marco Antônio pediu a palavra e disse:

"Nós entendemos que temos aí um quadro deficitário, tanto de promotor como da atividade meio também. Eu também tenho meus senões em relação aos cargos efetivos e comissionados. Eu gosto muito do comissionado, gosto muito do comissionado exatamente porque o comissionado não adoece", afirmou o  procurador.

Questionado pelos colegas sobre evidências da afirmação, ele prosseguiu: "Eu mostro para você o levantamento que tenho no meu gabinete. Mostro para você que o comissionado não adoece como o efetivo. Eu cheguei à conclusão de que a estabilidade é insalubre, na época". Assista:

REPERCUSSÃO

O vídeo da sessão foi divulgado nas redes sociais e repercutiu, principalmente, entre servidores comissionados. O presidente do Sindicato dos Servidores do Ministério Público do Tocantins, Carlos Rogério, afirmou que há a necessidade de realização de concurso público e afirmou que 60% dos servidores atuais do órgão são comissionados.

"A Constituição [Federal] diz que tem que ser preservado o concurso público em toda instituição. Se nós, Ministério Público, cobramos das outras instituições o concurso público, nós também temos que dar exemplo", argumentou.

A presidente da Associação dos Servidores Administrativos do Ministério Público (Asampe), Alane Torres, também ressaltou a quantidade de cargos comissionados existente atualmente e a necessidade de cargos efetivos.

"Estamos com um quadro de cedidos imenso, um quadro de comissionados imenso, mais necessidade e agora cogitando contratações temporárias. Então, se há uma sinalização de déficit de mão de obra, o que precisa ser feito é um levantamento coerente com as funções e necessidades do órgão, compatível com as necessidades permanentes do órgão e de acordo com as nossas atribuições, para que se planeje um concurso público para suprir essa demanda", alegou Torres.

"Estabilidade e efetividade são bens fundamentais para o bom funcionamento do poder público, inclusive imprescindíveis para garantir atuação independente de pressões políticas em instituições como o próprio Ministério Público", reforçou, em nota, o Sindicato dos Servidores Públicos do Tocantins (Sisepe).

*DN

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