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Eleição presidencial na Argentina: o que dizem as pesquisas a cerca de um mês da votação

Por Redação com site* 17/09/2023 12h12 - Atualizado em 17/09/2023 12h12
Eleição presidencial na Argentina: o que dizem as pesquisas a cerca de um mês da votação

A pouco mais de um mês do primeiro turno das eleições presidenciais na Argentina, que acontece em 22 de outubro, as pesquisas eleitorais indicam que Javier Milei, candidato ultradireitista que surpreendeu e venceu as primárias em agosto, está em primeiro lugar nas intenções de voto.

Milei, um economista e antigo comentarista da televisão, abalou a elite política com críticas ruidosas, por vezes cheias de palavrões, aos seus rivais, juntamente com promessas de fechar o Banco Central do país, reduzir o tamanho do governo e dolarizar a economia.

A última pesquisa da consultoria Analogías mostra Milei com 31,1% dos votos, à frente do ministro da Economia do partido no poder, Sergio Massa, que está com 28,1%.

Já a ex-ministra da Segurança de direita Patricia Bullrich está com 21,2%, o que é um golpe para a principal oposição conservadora, que já foi considerada favorita à vitória.

Uma segunda pesquisa, feita pelo instituto Opinaia, dá a Milei 35% dos votos; Massa tem 25%; e Bullrich, 23%.

Os levantamentos mostram que o apoio ao ultradireitista é mais forte entre os homens, os eleitores jovens e os grupos menos favorecidos.

“O resultado das primárias foi chocante, e o resultado das eleições gerais será chocante seja qual for o seu resultado”, avaliou a diretora de comunicação da Analogías, Marina Acosta, citando a corrida eleitoral sendo “colorida pela novidade política”.

As pesquisas sugerem que as eleições provavelmente irão para um segundo turno, que ocorrerá em novembro.

Um candidato precisa de 45% dos votos, ou pelo menos 40% com uma vantagem de 10 pontos percentuais do segundo colocado para vencer no primeiro turno.

Milei atingiu os eleitores argentinos furiosos, que enfrentam uma inflação de mais de 124%, um governo sem dinheiro, uma economia em declínio e cerca de quatro em cada dez pessoas na pobreza.

O seu concorrente mais próximo parece agora ser Massa, parte da coligação peronista de centro-esquerda. Aparentemente, eles oferecem dois modelos econômicos opostos para o país em apuros.

“As estratégias de Milei e Massa pretendem ser polos opostos uma da outra”, pontuou o analista político Julio Burdman, da consultoria Observatório Eleitoral. “Eles estão fazendo isso muito bem, o que permite que ambos obtenham ganhos”, adicionou.

Uma grande advertência, no entanto, é que os investigadores argentinos erraram muito na votação nas primárias e interpretaram mal as últimas eleições gerais de 2019, o que significa que o resultado final poderá surpreender mais uma vez.

*Com informações da Reuters

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