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Tsunami atinge litoral Sul de Santa Catarina e arrasta carros
A praia do Cardoso, em Laguna, litoral Sul de Santa Catarina, foi atingida na tarde de ontem por um tsunami meteorológico. A onda arrastou carros e embarcações e assustou os banhistas que estavam no local. Não houve registros de feridos.
Diferentemente de um tsunami comum, que é causado por terremotos, a versão meteorológica do fenômeno tem origem em instabilidades atmosféricas, como tempestades. Cerca de uma dezena de veículos que estavam estacionados na praia foram atingidos. A Defesa Civil de Santa Catarina confirmou o tsunami, destacando que a ocorrência é rara e de difícil previsão.
A subida da maré ocorreu de forma repentina, pegando os frequentadores de surpresa, uma vez que o mar não estava agitado. Os veículos e barcos foram jogados contra as construções à beira-mar, e depois arrastados de volta pela onda, causando prejuízos a banhistas, comerciantes e pescadores.
"Geralmente ele ocorre atrelado a algum sistema meteorológico como linhas de instabilidade, que foi o que aconteceu hoje. Não havia previsão de mar agitado, nem de alagamentos costeiros na costa de SC, porém a passagem desta Linha de Instabilidade pelo Litoral Sul provocou o fenômeno de tsunami meteorológico", diz a nota emitida pela Defesa Civil do estado.
Linhas de instabilidade são formadas por células de tempestade alinhadas, que podem gerar rajadas de vento intensas ao passarem paralelas à costa.
Instabilidade
Os próximos dias prometem mais eventos climáticos extremos no país. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta vermelho de calor para pelo menos seis estados e o Distrito Federal (Leia mais na página 18). O aviso tem duração até a quarta-feira, e as temperaturas devem ficar 5ºC acima da média nas regiões afetadas: DF, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rondônia e São Paulo. No DF, a previsão é que as temperaturas máximas ultrapassem 36ºC.
O alerta é causado por mais uma onda de calor que atravessa o Brasil. A última ocorreu em setembro. A atual, porém, deve ser mais intensa e durar de sete a dez dias, de acordo com meteorologistas. No Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, as máximas podem ultrapassar 42ºC.
No Sul, a previsão é que as tempestades continuem. Também de acordo com o Inmet, o volume de chuvas pode passar de 200 milímetros entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A região enfrentou fortes pancadas de chuva ontem, com ventos que ultrapassaram 80km/h, e o cenário deve se repetir hoje.
Ainda no Sul do país, o vertedouro da usina de Itaipu começará a ser fechado hoje. Ele foi aberto no dia 1º de novembro, para escoar o excedente de água.
Segundo o superintendente de Operação da Itaipu, Rodrigo Pimenta, "a usina operou o vertedouro de forma a garantir a segurança da barragem e contribuir para mitigar o impacto das cheias na fronteira com o Paraguai, parte mais afetada pelas chuvas", disse o executivo.
A cheia do Iguaçu e o consequente represamento do rio Paraná, elevou o nível da água na Ponte da Amizade, até a cota de 119 metros acima do nível do mar, cerca de 18 metros acima do normal.
* Correio Braziliense.
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