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Alvo da PF, “Navio Cabaré” ofereceu cabines que custam quase R$ 11 mil
Empresa responsável pelo cruzeiro, nega as denúncias de sequestro, assédio sexual, importunação sexual e tráfico de pessoas
Alvo de investigação da Polícia Federal (PF), que apura denúncias de sequestro, assédio sexual, importunação sexual e tráfico de pessoas, o cruzeiro “Navio Cabaré”, festa que durou de 11 a 15 deste mês de novembro, chegou a oferecer ao público cabines com valores próximos a R$ 11 mil. Entre as atrações principais, nomes de peso, como os sertanejos Leonardo e a dupla Bruno e Marrone.
Segundo informações do último lote de preços da agência de viagens para festas Juca na Balada, os valores de uma cabine no “Navio Cabaré” variavam de R$ 6.028 a R$ 10.948 — isso com pagamento à vista.
Confira:
Cabine quádrupla interna sem janela: R$ 6.028
Cabine tripla interna sem janela: R$ 6.268
Cabine dupla interna sem janela: R$ 9.508
Cabine quádrupla externa com janela: R$ 6.388
Cabine tripla externa com janela: R$ 7.588
Cabine dupla externa com janela: R$ 10.108
Cabine quádrupla externa com varanda: R$ 8.134
Cabine tripla externa com varanda: R$ 8.312
Cabine dupla externa com varanda: R$ 10.948
O Metrópoles tentou confirmar os valores com a empresa responsável pelo cruzeiro, a Promoação, e foi informado que não seria possível identificar os valores presentes no site da agência de viagens devido aos diversos lotes dos pacotes, para os quais as vendas começaram no ano passado.
Em nota (confira a íntegra no fim da matéria), a Promoação afirma que a denúncia de abuso sexual e sequestro é “infundada e desprovida de qualquer prova”. Segundo a produtora, todas as informações foram esclarecidas junto com a “autoridade policial local, a qual, nessa premissa, entendeu que os fatos narrados não se sustentam, afastando inclusive a prisão de qualquer envolvido”.
Na última segunda-feira (13/11), a Polícia Federal resgatou quatro jovens, entre 18 e 21 anos, do “Navio Cabaré”, que estava em Angra dos Reis, Rio de Janeiro. O órgão identificou indícios de que as mulheres eram vítimas de exploração sexual no cruzeiro.
As investigações da PF apontam que as jovens, com origem nos estados de Santa Catarina e São Paulo, foram contratadas para trabalhar como modelos. No entanto, ao chegarem, elas notaram que os funcionários forneciam bebidas suspeitas de conter substâncias ilícitas.
Além disso, as vítimas seriam impedidas de se comunicar externamente e só poderiam se locomover no navio sob vigilância. A corporação informou que uma das jovens conseguiu ter acesso a um telefone e fez contato com a família, que acionou a PF.
O organizador do evento pode responder pelos crimes de sequestro ou cárcere privado, assédio sexual, importunação sexual e tráfico de pessoas. O inquérito segue para apurar a eventual participação de outras pessoas.
Nota da Promoação
“A produtora responsável pelo evento vem ao público informar que a denúncia que trata a matéria jornalística é infundada e desprovida de qualquer prova. Nesse passo, a produtora refuta com veemência todas as acusações perpetradas, já esclarecidas perante a Autoridade Policial local, a qual, nessa premissa, entendeu que os fatos narrados não se sustentam, afastando inclusive a prisão de qualquer envolvido.
Cumpre à produtora reafirmar seu respeito e compromisso com seu público, passageiros e todos que participam e colaboram para o êxito e crescimento de tão relevante projeto. Todas as medidas cabíveis para trazer a verdade ao público serão tomadas e a produtora não medirá esforços para tanto.
Ressaltamos que diferente do que foi noticiado, não houve flagrante ou prisão de pessoas, apenas solicitaram depoimentos para esclarecimentos e que, os artistas embarcados nada tem a ver com o acontecido”.
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