A compra da Gol pela Azul, que era apenas um boato há algumas semanas, tornou-se uma possibilidade real. Em recuperação judicial nos Estados Unidos, a Gol informou que o Grupo Abra, holding controladora da companhia, tem mantido conversas com a Azul para “explorar oportunidades”.

Na semana passada, as duas companhias aéreas anunciaram um acordo para o compartilhamento de voos (codeshare) e de integração de seus programas de fidelidade, o que poderia ser um primeiro passo para uma eventual e futura fusão.

Após o jornal Valor noticiar que, ao invés de a Azul comprar a Gol, poderia acontecer negócios entre a Azul e a Abra para a formação de uma nova empresa, a Gol respondeu aos questionamentos da Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, dizendo que a companhia “pretende conduzir um processo competitivo por meio do qual avaliarão propostas de financiamento de saída e quaisquer transações alternativas viáveis e competitivas, incluindo oportunidades apresentadas por potenciais fontes de capital próprio e de dívida”.

A Gol afirmou ainda que o Grupo Abra, também dona da colombiana Avianca e maior credora da companhia aérea que está em recuperação judicial, “iniciou discussões com a Azul para explorar oportunidades”. Diz também que “a Gol observa que um eventual acordo pelo Grupo Abra com a Azul não seria vinculante para a companhia.”

Apesar de as especulações de uma possível fusão entre Azul e Gol estarem fortes, vale destacar que esse acordo precisaria ser aprovado pela corte norte-americana, além dos órgãos reguladores brasileiros, como o Cade e a Anac.

Confira o comunicado oficial:

“Em resposta ao Ofício da B3, a companhia informa que o acordo de codeshare com a Azul S.A. foi devidamente informado ao mercado na forma o comunicado datado de 23 de maio de 2024.

Adicionalmente, conforme informado no Comunicado ao Mercado divulgado em 7 de março e no Fato Relevante divulgado em 27 de maio de 2024, a companhia e seus assessores pretendem conduzir um processo competitivo por meio do qual avaliarão propostas de financiamento de saída e quaisquer transações alternativas viáveis e competitivas, incluindo oportunidades apresentadas por potenciais fontes de capital próprio e de dívida.

No entanto, a Companhia esclarece que (i) o processo competitivo acima mencionado ainda não foi iniciado; e (ii) nenhuma negociação com a intenção de concluir uma transação foi iniciada pela Gol, com qualquer terceiro.

Não obstante o acima exposto, o Grupo Abra, o maior credor garantido da companhia, informou que iniciou discussões com a Azul para explorar oportunidades. A Gol observa que um eventual acordo pelo Grupo Abra com a Azul não seria vinculante para a companhia.”