O PL (Partido Liberal), liderado por Jair Bolsonaro, informou ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que não abrirá mão do comando da Comissão de Relações Exteriores. Em entrevista à CNN, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que a legenda permanecerá firme na insistência pela presidência da comissão, conforme um acordo fechado antes das eleições legislativas. "Eduardo Bolsonaro será o presidente da Comissão de Relações Exteriores", disse Cavalcante.

O partido argumenta que o apoio de Jair Bolsonaro a Hugo Motta, em determinado momento, passou pela condição de indicar Eduardo Bolsonaro para a comissão permanente. A estratégia, segundo o PL, é fortalecer a oposição ao governo petista, inspirada no alinhamento com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Por outro lado, o líder do PT, Lindbergh Faria (RJ), afirmou que o partido de Lula não permitirá a indicação de Eduardo Bolsonaro e que discutirá o assunto diretamente com o presidente da Câmara, Hugo Motta.

Parlamentares da base governista também pedem a apreensão do passaporte de Eduardo Bolsonaro, acusando-o de cometer crime contra a soberania nacional ao fazer críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) durante uma visita aos Estados Unidos. O caso está sendo analisado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que ainda não estabeleceu um prazo para se manifestar sobre a questão.

Além da disputa pela Comissão de Relações Exteriores, outra comissão que tem gerado impasses é a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), considerada uma das mais importantes da Câmara. Diversos partidos do centrão têm disputado o controle dessa comissão. A tendência é que a CCJ seja liderada por partidos como PP, União Brasil ou MDB, o que pode intensificar a disputa por maior influência nas decisões legislativas.