A Presidência da Câmara Municipal de Rio Largo decidiu cancelar a sessão deliberativa que estava prevista para esta quinta-feira, 3 de abril. O comunicado oficial, assinado pelo presidente da Casa, José Rogério da Silva, destacou a necessidade de resguardar a segurança e a integridade dos vereadores, servidores e cidadãos presentes, diante da atual crise política que assola a cidade e que, inclusive, já gerou investigações policiais.

No documento, a Presidência afirma que a decisão leva em consideração a "responsabilidade do Poder Legislativo em manter um ambiente seguro e adequado para o exercício democrático e parlamentar". A sessão deliberativa marcada para o próximo dia 10 de abril, no entanto, permanece confirmada.

A medida ocorre após um episódio de grande tensão política, iniciado na última segunda-feira (31), envolvendo uma suposta carta falsa de renúncia. O documento, que inicialmente foi lido em uma sessão extraordinária pelo presidente da Câmara, José Rogério Silva, alegava a renúncia do prefeito Carlos Gonçalves e do vice, Peterson Henrique. Contudo, ambos negaram a autenticidade do texto e denunciaram o ocorrido como uma tentativa de golpe.

A situação gerou um racha político entre o prefeito e o ex-prefeito Gilberto Gonçalves, que até então era um aliado próximo de Carlos. Gilberto, sobrinho da esposa de Carlos, foi exonerado do cargo de secretário especial de Governo na mesma tarde em que a carta foi lida. A confusão foi o estopim para uma crise mais ampla, que agora está sendo investigada pela polícia. Uma comissão de delegados foi designada para apurar a autoria da carta e esclarecer os fatos.

A Câmara Municipal, por sua vez, optou por cancelar a sessão para garantir a ordem durante um período de instabilidade política, mantendo a previsão de retomar os trabalhos na próxima semana.