O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, pediu demissão nesta sexta-feira (2), em meio à crise provocada pelo escândalo de fraudes em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A decisão foi comunicada durante reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto.

Em nota divulgada nas redes sociais, Lupi agradeceu ao presidente pela confiança e reafirmou que seu nome não foi citado nas investigações. “Tomo esta decisão com a certeza de que meu nome não foi citado em nenhum momento nas investigações em curso”, escreveu. “Espero que as investigações sigam seu curso natural, identifiquem os responsáveis e punam, com rigor, aqueles que usaram suas funções para prejudicar o povo trabalhador”, acrescentou.

O Palácio do Planalto confirmou a saída e informou que o presidente Lula convidou o atual secretário-executivo da pasta, Wolney Queiroz, ex-deputado federal, para assumir o comando do ministério.

A saída de Lupi ocorre após revelações da Polícia Federal sobre um esquema de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões, destinados a entidades e sindicatos conveniados ao INSS. Pelo menos cinco servidores do instituto e um policial federal foram afastados por determinação judicial.

Atas de reuniões do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), presidido por Lupi, mostram que ele foi alertado sobre possíveis irregularidades em junho de 2023. Na ocasião, a conselheira Tonia Galleti, representante dos aposentados, pediu que o tema dos Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com entidades fosse incluído na pauta do colegiado. O pedido foi negado sob alegação de que a pauta já havia sido definida. Mesmo assim, Lupi reconheceu a relevância do tema e afirmou que seria necessário um levantamento mais detalhado antes de qualquer ação.