O Ministério Público Federal (MPF) promoveu, na última segunda-feira (5), uma nova reunião de monitoramento sobre a intervenção judicial no Hospital Veredas, em Maceió (AL). O encontro reuniu representantes da Defensoria Pública da União (DPU), Advocacia-Geral da União (AGU), Controladoria-Geral da União (CGU), Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Secretaria Municipal de Saúde (SMS), da junta interventora e da empresa Geesta, responsável temporariamente pela gestão da unidade hospitalar.

A intervenção foi determinada por decisão judicial, em ação civil pública movida pelo MPF e DPU, com o objetivo de corrigir falhas estruturais e administrativas que comprometiam o funcionamento do hospital. Desde o início da nova gestão, em 24 de março, foram realizados levantamentos detalhados para identificar necessidades e implementar melhorias emergenciais.

Uma das prioridades identificadas é a reorganização da área de suprimentos, principalmente no que diz respeito ao fornecimento de medicamentos e gases hospitalares. A Geesta destacou que negocia o aumento da capacidade de geração própria de gases para evitar interrupções em caso de queda de energia.

Atualmente, o hospital opera com 176 leitos ativos, sendo 101 destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS). A meta é alcançar até 260 leitos, conforme a estrutura disponível. Entre os principais objetivos está a reabertura da UTI Geral, prevista para ocorrer entre 10 e 15 de maio, o que permitirá a retomada de cirurgias ortopédicas complexas e outras especialidades.

A reativação da oncologia pediátrica também é prioridade e, futuramente, poderá ser ampliada para atendimento adulto, embora ainda sem data definida. O procurador regional dos Direitos do Cidadão, Bruno Lamenha, reforçou a importância dessa especialidade, já que o Veredas sempre foi referência no tratamento oncológico infantil em Alagoas.

A procuradora da República Julia Cadete lembrou que muitas suspensões de serviços se deram por falta de manutenção predial, com diversos danos estruturais apontados em inspeções anteriores. Entre as ações já executadas pela nova gestão estão a recuperação do equipamento de esterilização, reparo na caixa d’água, eliminação de mofo, melhorias nas áreas cirúrgica e odontológica, além da patrimonialização de bens.

Durante a reunião, também foi discutida a situação dos programas de residência médica. Com a suspensão de alguns serviços, houve a necessidade de remanejamento dos residentes. A AGU se comprometeu a obter informações do Ministério da Educação (MEC) para definir os próximos passos.

O Hospital Veredas segue em reestruturação, com o compromisso das instituições envolvidas em garantir a continuidade do atendimento à população e a sustentabilidade da unidade hospitalar.