A gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de 79 anos, enfrenta um cenário de crescente rejeição popular em 2025. De acordo com pesquisa realizada pelo PoderData entre os dias 31 de maio e 2 de junho, a desaprovação ao governo subiu para 56%, enquanto a aprovação caiu para 39%. Os números indicam um agravamento da avaliação negativa, embora as variações estejam dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais.

Desde o início do ano, a tendência é de deterioração contínua na percepção da população sobre o governo federal. Em janeiro de 2023, Lula registrava 52% de aprovação e 39% de desaprovação — um saldo positivo de 13 pontos. Hoje, a situação se inverteu, com a desaprovação superando a aprovação por 17 pontos.

O levantamento captou os efeitos da mais recente crise enfrentada pelo governo: o escândalo dos descontos ilegais em aposentadorias e benefícios do INSS. Estimativas apontam um desfalque de cerca de R$ 6,3 bilhões, valores supostamente desviados por sindicatos e entidades. A revelação gerou forte repercussão negativa, atingindo diretamente a imagem do Executivo.

Apesar dos esforços do governo para atribuir a fraude à gestão anterior, a reação tardia e a dificuldade em apresentar respostas convincentes parecem ter minado a confiança de parte significativa do eleitorado. O episódio agravou uma percepção já em queda, mesmo diante de indicadores econômicos positivos, como o crescimento do PIB no primeiro trimestre e o recuo na taxa de desemprego.

Lula, que havia declarado 2025 como “o ano da colheita”, vê sua base de apoio encolher, mesmo após mudanças estratégicas na comunicação governamental. A troca do comando da Secretaria de Comunicação da Presidência e a entrada do marqueteiro Sidônio Palmeira não foram suficientes para conter o desgaste.

A pesquisa ouviu 2.500 pessoas em 218 municípios, cobrindo as 27 unidades da Federação. As entrevistas foram feitas por telefone — tanto fixo quanto celular — e a margem de erro é de 2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.

O cenário indica um desafio crescente para o Planalto: reverter a tendência de desaprovação num momento em que os dados econômicos ainda não se traduzem em apoio político.