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Delírio ou estratégia?

"Fui possuído pelo fogo do arcanjo Miguel", diz serial killer em depoimento sobre assassinato de mulher trans

Por Redação 06/06/2025 14h02
'Fui possuído pelo fogo do arcanjo Miguel', diz serial killer em depoimento sobre assassinato de mulher trans

Em um dos momentos mais perturbadores do julgamento desta sexta-feira (6), o serial killer Albino dos Santos Lima, acusado de matar a jovem trans Louise Gbyson Vieira de Melo, de 18 anos, apresentou uma justificativa mística e delirante para o crime brutal: disse ter sido possuído pelo ‘fogo do arcanjo Miguel’ no momento do assassinato.

Segundo Albino, o homicídio — cometido com vários tiros na cabeça da vítima enquanto ela voltava da escola, em dezembro de 2023 — não foi praticado por ele, mas sim pelo arcanjo, que teria usado seu corpo como "instrumento divino" para executar a ação. “Não fui eu. Meu corpo apenas obedeceu. Quem mandou foi o arcanjo Miguel. Ele me escolheu. Disse que eu era o mais preparado para essa missão”, afirmou com frieza diante do júri popular.

O réu afirmou ainda que ouviu a voz do arcanjo durante todo o processo, recebendo instruções claras e detalhadas sobre como executar o feminicídio. “Fui guiado do começo ao fim. Ouvi a voz dele. Ele disse que aquela era a hora e que eu tinha sido escolhido por ser habilidoso para matar”, disse Albino, que já é acusado de outros 17 homicídios e é considerado um dos mais perigosos assassinos em série do Brasil.

A promotoria e os especialistas que acompanham o caso avaliam a fala do réu como parte de uma possível tentativa de alegar insanidade mental, embora o serial killer tenha demonstrado, em outros momentos, clareza nos detalhes e planejamento dos crimes cometidos. Ainda assim, a defesa apresentou um laudo psiquiátrico como parte da estratégia para tentar amenizar a pena.

Durante o depoimento, Albino manteve uma postura fria e quase mística, descrevendo o assassinato como uma "missão divina" e não demonstrando qualquer arrependimento. A promotoria destacou que a narrativa construída pelo acusado não tem qualquer fundamento, e classificou as declarações como uma tentativa de desumanizar a vítima e se eximir da responsabilidade por um crime bárbaro e transfóbico. Louise foi assassinada com extrema violência e não teve qualquer chance de defesa. O caso causou comoção nacional e é tratado como feminicídio com motivação transfóbica.



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